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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

"O que você vai ser quando crescer?"

Eu sei que estou devendo parte do gabarito do simulado interno. Mas perguntas são sempre mais importantes do que respostas...

Como você associa seu discurso a prática?


Procura igualar suas falhas a dos outros ou diferenciá-las?

Afinal: De que lado você samba? De que lado você vai sambar?



Obs de sempre: clique na imagem que dá pra ver melhor.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

"O que vai ser quando crescer?"

Dando continuidade à série de tiras (em homenagem aos vestibulandos do Domus) para pensarmos nas escolhas que fazemos da e na nossa vida (profissional), mais uma do Dhamer.


E aí? De que lado você samba? De que lado você vai sambar?

Obs. de sempre: clique na imagem que dá pra ver melhor.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Capitalismo, mais-valia e exploração do trabalho

Em sala de aula vimos que uma das características básicas do capitalismo é a desigualdade social. A diferença de bens entre as pessoas se apóia na noção de propridade privada. Para que uns tenham mais que outros é necessário que haja o direito de ter, ou seja, o direito de possuir uma propriedade privada.


A propriedade privada, por sua vez permite uma série de relações que são tipicamente capitalistas. Uma das mais importantes é a relação entre Capital e Trabalho. De forma bem simplista podemos dizer que os donos do capital (os burgueses) arriscam seu patrimônio, ou parte dele, em empreendimentos (empresas) que visam aumentar seu capital. Só que para conseguir seu objetivo (ficar mais ricos) os burgueses precisam que suas empresas produzam riquezas para a sociedade, que paga por elas. Para isso contratam trabalhadores que fabricando mercadorias ou prestando serviços produzem riqueza. A riqueza produzida por esses trabalhadores, no entanto, não fica com eles, mas com os donos da empresa. Em troca de suas horas de trabalho os trabalhadores recebem um salário que é necessariamente menor que a quantidade de riqueza produzida por eles mesmos, sob a pena do capitalista falir, ou não ter renda. Se ele paga tudo o que os trabalhadores produzem não sobra nada para ele. A tirinha abaixo, com um tom meio socialista explica bem a relação.

Vale lembrar que em tese os capitalistas arriscam seu patrimônio e se o empreendimento der errado eles perdem seus investimentos. Isso é básico no capitalismo que defende a concorrência e a meritocracia (os melhores vencem e merecem mais coisas por isso). Mas, não é o que vem acontecendo com as grandes instituições financeiras na atual crise econômica...

Obs de sempre: clique na imagem que dá pra ver melhor.



sexta-feira, 24 de outubro de 2008

"O que você vai ser quando crescer?"

Essa série de postagens com tiras é dedicada aos alunos vestibulandos do Domus.

A questão "vai fazer o que da vida?" vai muito além da escolha da profissão/curso universitário, até por que todos estamos escolhendo o que fazer da vida diariamente. Trata-se sobretudo de escolha de prioridades, que são guiados por valores. O que você está valorizando ao escolher suas prioridades? Que tipo de mundo essas suas escolhas ajudam a construir? Como você toma suas decisões?

É a velha e ótima pergunta de sempre: De que lado você samba?
De que lado você vai sambar?

A primeira postagem da série vem generosa. Uma trinca de tiras dos craques: Rafael Sica, André Dahmer, e Laerte.









Bom fim de semana a todos.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Especulação e mercado

Charge sampleada do Blog do Crédito

Da série: Especulação financeira e estouro da boiada. Entendeu ou quer que eu desenhe?


sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Cursos e Carreiras - Biomedicina

A série de posts sobre opções profissionais continua, e hoje o espaço é ocupado por uma carreira que tradicionalmente seleciona seres humanos da melhor espécie, quase todos engajados na árdua, mas gratificante batalha por uma vida menos ordinária.

E o entrevistado da vez é um guerreiro da mais alta patente. Não por seus títulos acadêmicos ou pela brilhante trajetória como estudante/pesquisador. Mas porque o Dr. Claudio Queiroz é um dos companheiros de trincheira que mais se aproxima daquilo que Brecht chamou de "imprescindível". Nas palavras do poeta/dramaturgo:

"Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida.
Estes são os imprescindíveis
."

Como não poderia deixar de ser, sua escolha profissional levou em consideração o que ele podia fazer para melhorar a vida das pessoas. E a Biomedicina faz exatamente isso. Na definição da wikipedia, o curso forma profissionais para atuar no desenvolvimento da saúde humana e no saneamento do meio ambiente. Ainda segundo a enciclopédia, o profissional formado em Biomedicina está apto a realizar estudos e pesquisas clínicas, envolvendo as análises clínicas, genética e biologia molecular de fluidos e tecidos humanos.


O mapa aí de cima (sampleado do TKGEO) mostra a relação habitante/médico em diferentes países do mundo. Reparem na diferença entre os países europeus e os africanos e no impressionante número cubano de 1 médico para cada 170 habitantes!

A entrevista com o Claudio você lê aqui. E como sempre, se quiser perguntar algo, deixe as perguntas nos comentários que eu repasso para ele e depois publico as respostas.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Transposição do rio São Francisco

O polêmico projeto de transposição do rio São Francisco, provoca reações distintas, às vezes radicais, e quase sempre ligadas exclusivamente a interesses pessoais, sejam eles políticos ou econômicos.

A transposição transformará rios intermitentes (temporários) em rios perenes e garantirá o abastecimento constante de açudes da região, através da construção de dois canais, como mostra o primeiro mapa abaixo. Com isso, o problema da seca nas regiões beneficiadas vai, obviamente, diminuir. Por isso, vale comparar o mapa das áreas beneficiadas com o das áreas que sofrem processos de desertificação.

Os números que envolvem a gigantesca empreitada variam muito, sempre de acordo com a posição que se tem do projeto. O número de beneficiados costuma variar entre 3 e 12 milhões de pessoas. O preço da obra oscila entre 4,5 bilhões de reais a 6 bilhões de dólares. Apesar disso, algumas considerações podem ser feitas.

O semi-árido tende a se transformar em pólo de fruticultura intensiva, provavelmente voltada para exportação, como as cidades de Petrolina e Juazeiro, as duas maiores cidades do semi-árido, ambas situadas na margem do rio. Assim, a economia da região deve crescer e desenvolver-se razoavelmente, melhorando a qualidade de vida da população local. Por outro lado, é igualmente provável que a agricultura familiar que existe na região desapareça, dando lugar aos grandes empreendimentos de fruticultura dos grandes beneficiados pelo projeto: os latifundiários do semi-árido.
Vale destacar também os possíveis problemas ambientais que a execução e a conclusão da obra podem trazer: assoreamento do rio; diminuição do número de peixes; e até a contaminação de lençóis freáticos por fertilizantes e pesticidas usados na agricultura.

Para uma maior diversificação dos argumentos e um pouco mais de profundidade na análise, recomendo a leitura de dois artigos, ambos publicados na Folha de S. Paulo em 2005. Esse é do então ministro Ciro Gomes que defende a transposição. E esse é de D. Luiz Cappio, o frei que fez greve de fome contra a transposição.
E, para ver uma animação do G1 sobre a transposição clique aqui

Para entender a crise americana

Como conversamos brevemente em sala de aula, a crise econômica deflagrada nos EUA tem sua origem no que os economistas tem chamado de bolha imobiliária. Para visualizar o tamanho da bolha, basta observar o gráfico (sampleado do blog do Sérgio Dávila) abaixo que mostra o crescimento do preço das casas norte americanas.

Esses valores insamente inchados (até leigos como nós podemos somos capazes de estranhar que um imóvel se valorize tanto em 17 anos...) eram a garantia que os bancos pediam para conceder empréstimos aos cidadãos norte-americanos, que usavam esse dinheiro para comprar um monte de coisas, inclusive mais casas.
Não satisfeitos, esses bancos transformaram esses empréstimos em títulos recebíveis e passaram a negociá-los no mercado pelo valor de face. Um monte de bancos e investidores compraram esses papéis.

Ocorre que uma hora as pessoas perceberiam que os imóveis que garantiam aqueles primeiros empréstimos não valiam tanto, e simplesmente ninguém pagava seu "valor de mercado". Menor procura, queda de preços. Com os preços dos imóveis recuando (reparem que eles ainda encontram-se em patamares bem altos, equivalentes a 2005) os cidadãos que tinham empréstimos/hipotecas para pagar começaram a não ter mais condição de fazê-lo, e o que é pior, estavam comprando imóveis por um preço que ele não valia. Assim centenas de milhares de norte-americanos entregaram suas casas para os bancos (foram mais de 300.000 só em Agosto). Só que essas casas eram o que garantiam os títulos emitidos com um valor de face que não mais encontrava respaldo no mercado. Resultado: os bancos tinham emitido bilhões em títulos que eles também não tinham como pagar...

Para quem se interessa de fato pelo assunto:
Duas histórias inventadas ajudam a entender melhor essa situação. Essa é sobre um típico norte-americano que comprou uma casa e depois pegou um empréstimo no banco...
Essa outra (mais curtinha) está circulando pela Internet e é sobre um boteco que agiu como os bancos em questão.
Vale também ouvir esse podcast da Miriam Leitão comentando as razões da crise, na semana passada na CBN.

sábado, 13 de setembro de 2008

Cursos e Carreiras - Direito

Esse post de orientação profissional é bastante especial por alguns motivos.

Primeiro, é sobre um dos mais procurados e prestigiados cursos universitários, o Direito.

Segundo, a entrevistada (link com a entrevista aqui) é ninguém menos que Renata Falcone, filha de nossa queridíssima professora Marly.

Terceiro, como você verá na entrevista trata-se de uma pessoa muito engajada na luta por uma vida menos ordinária e que não faz jus aos muitos clichês sobre os profissionais do Direito.

Por último é que, apesar disso, reproduzo abaixo algumas tiras (que não são propriamente elogiosas) sobre estudantes de Direito, advogados e a Justiça. Espero que a Renata, companheira de trincheira na batalha por um mundo melhor me perdoe e lembre que no mundo que tentamos construir juntos diversão é algo a ser levado sério e rir é sempre o melhor remédio...








obs. de sempre: clique nas imagens que dá para ver melhor.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Cursos e Carreiras - Jornalismo

Continuando a série sobre Cursos e Carreiras, hoje é a vez de falar de Jornalismo.

É sempre bom lembrar que a série de posts dá preferência a ouvir pessoas que ainda estão crescendo na carreira e que saíram da faculdade não faz muito tempo.
Além disso deve ser um profissional que faz do seu trabalho uma experiência prática de transformação do mundo em lugar menos ordinário, mais ético, justo e tolerante.

A entrevista dessa vez é com Victor Ramos (link aqui), chefe de pauta do caderno Cotidiano da Folha.

A Wikipedia define Jornalismo como "a atividade profissional que consiste em lidar com notícias, dados factuais e divulgação de informações". E também como "a prática de coletar, redigir, editar e publicar informações sobre eventos atuais".
Essa paranóia pela atualidade certamente ajuda a explicar o boom de procura por diplomas de jornalismo que sequer são exigidos por muitos grandes veículos.
Tal como no conto "Do rigor da Ciência" de Jorge Luis Borges (leiam crianças, leiam... tem só um parágrafo! link aqui), o grande Laerte satirizou muito bem essa situação...


Para rir um pouco da profissão repórter veja esse vídeo:




E, se quiser perguntar alguma outra coisa para o Victor, deixe as questões no comentário que eu encaminho para ele e depois publico as respostas.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Vegetações da Europa

Como senti falta de imagens das vegetações na aula sobre a Europa Física, aqui vão as principais formações que estudamos e alguns links com mais informações.

Relembrando, os climas e as vegetações da Europa estão distribuídos assim (clique na imagem que dá para ver melhor):


Repare que nesse (ótimo) mapa do geomundo muitas das vegetações que estudamos não são citadas e em seu lugar está "meio natural profundamente alterado pela ação humana", ou seja, não sobrou praticamente nada da vegetação original.

No mapa, ainda são citadas duas formações vegetais:

a tundra que durante a maior parte do ano permanece congelada, completamente coberta de neve. Por isso suas plantas, basicamente líquens (associação de fungos e algas) e algumas poucas herbáceas, tem pouco tempo para se desenvolver, formando uma vegetação esparsa que divide o cenário com lamaçais e rochas no curto período de “verão” (época em que a temperatura sobe e varia entre -6C e -10ºC);



A esquerda a tundra no "verão" à direita no inverno




e a taiga, vegetação pouco diversificada devido às baixas temperaturas registradas e constituída sobretudo por coníferas (por isso também conhecida como Floresta de Coníferas) como o Abeto do Norte e pinheiro.




Além delas vimos também: a floresta decídua (ou temperada) marcada por perder suas folhas no outono.
a vegetação mediterrânea, uma vegetação composta por pequenas árvores distanciadas uma das outras, mas quase totalmente destruída pela ação humana;



e as estepes, uma formação vegetal de planície sem árvores, composta basicamente por herbáceas, similar à pradaria, embora este último tipo de planície, que ocorrem em climas mais úmidos, contenha gramíneas mais altas, em relação a estepe.



segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Um exemplo de empreendedor de sucesso



O vídeo é antigo e manjado. Mas é ótimo para pensarmos sobre a ditadura do sucesso e do empreendedorismo que vivemos hoje, como se fosse possível, de fato, todos alcançarem o sucesso...
Bom, dependendo do quanto você estiver disposto a flexibilizar sua noção de sucesso ate é. Que o diga o Joseph Climber, um homem que não desiste nunca, independente das surpresas da vida...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Chapa Quente!

Pra quem não sabe Condeleezza Rice é uma das favoritas de medalha na nossa olimpíada, e secretária de Estado dos EUA.

Sua frase foi muito mais esclarecedora que a de seu presidente (acerca do conflito Rússia X Georgia). "Não estamos em 1968. A Rússia não pode fazer o que quiser, invadir um país e sair impune".


Exibir mapa ampliado

Mais claro impossível. Não estamos mais na Ordem da Guerra Fria. Na Nova Ordem só as tropas do Império, ops, dos EUA é que podem fazer isso.


obs: Reparem (dando o zoom) que o Googlemaps não tem (ou não disponibiliza) informações mínimas da Georgia. Segundo seu gerente de produtos, tais informações nunca existiram.

Pimenta no dos outros é refresco...

Eu ia fazer uma longa postagem comentando sobre o poder das palavras, sobre como uma fazenda ocupada/invadida por sem-terra pode ser chamada de invasão por uns, e de ocupação por outros, de como isso demonstra um monte de posicionamentos políticos e intenções mal mascaradas. Mas achei tudo desnecessário, pois a frase e seu autor falam por si.


"Um agressão como essa a um país soberano em pleno séc. XXI um fato inaceitável!" (George W. Bush, sobre a invasão da Georgia pela Rússia)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

China, Olimpíadas, milagres de crescimento e um blog novo na área

Para os visitantes em férias (ou não) e vestibulandos em especial: Tem um blog novo na Folha/uol do jornalista Raul Juste Loros que vale a visita. Como vocês devem ter percebido a China está cada vez mais na pauta dos assuntos destinados, digamos, a atualidades. Por ser motivo de atenção (multiplicada pela Olímpiada) deve ser tema recorrente nos vestibulares no fim do ano. E o blog em questão é voltado para a cobertura dos Jogos, mas com um tom didático-informativo como é a cara da Folha.


Exibir mapa ampliado
Obs: o mapa aí de cima é um link direto do google mapas. Vá dando zoom e divirta-se. Se quiser saber: Pequim (Beijing) está a Nordeste.

O texto reproduzido abaixo sucita bons questionamentos acerca dos métodos adotados e do preço de determinadas estratégias de grande sucesso, seja para crescimento econômico, "fabricação" de atletas top, venda de algum produto, conquista de mercados, etc.

Vale lembrar que a China cresce em média 10% nos últimos 15 anos, o que lhe rendeu (entre outras coisas mais dignas) umas 20 capas de Veja. O que muitas vezes se esquece de levar em consideração é exatamente os métodos adotados e o preço dessas estratégias de grande sucesso. Para ficar em apenas alguns exemplos: A hora de trabalho na China custa, em média, US$ 0,61, enquanto nos EUA é US$ 21 e na Alemanha US$ 30 (fonte aqui). Os trabalhadores não tem 13º salário, as férias são de 10 dias divididas 3, nos grandes feriados nacionais (como se fosse só natal, ano novo e carnaval e só.) Em 2007 três mil menores de 16 anos morreram trabalhando e contratos de trabalho escritos só passaram a ser obrigatórios em 1995 (fontes aqui e aqui).

Nas olimpíadas com a chuva de medalhas para a China muito se falará de mais esse milagre do crescimento chinês, e da incompetência do Brasil em não fazer igual. Não que não sejamos de fato incompetentes, mas sucessos arrebatadores não são tão simples de serem fabricados (aqui não tem aspas mesmo) como muitas vezes pode parecer...



A fábrica de medalhas da China
Extraído do blog Raul na China

Em apenas 20 anos, a China dobrou suas medalhas de ouro e se tornou a segunda maior potência olímpica. Em Atenas-2004, ganhou 32 ouros, quatro a menos que os EUA. Competindo em casa desta vez, a China pretende chegar ao topo do ranking de medalhas. Como um país que ficou de fora das Olimpíadas entre 1952 e 1984 já chegou tão longe? Se depender da China, dificilmente alguém de fora irá saber a resposta. Até para os padrões da fechada ditadura comunista, a fábrica de medalhas olímpicas é supersecreta. Visitas a centros de treinamento são proibidas, e os diversos especialistas chineses ouvidos pela Folha desconversam, dizendo que a evolução é normal. Mas relatos de vários esportistas indicam a excepcionalidade da preparação chinesa. Medalha de ouro na canoagem em Atenas, Yang Wenjun, 24, admitiu recentemente que há três anos não vê seus pais, enfurnado em um centro de treinamento onde não há televisão e fotos da família são proibidas.Técnico da seleção chinesa de remo, o russo Igor Grinko revelou que preparadores físicos chutavam atletas "moles" na hora de treinar.
Hoje tem especial na Folha sobre a Olimpíada de Pequim. As reportagens que fiz sobre a preparação chinesa você lê aqui:

quarta-feira, 25 de junho de 2008

(Neo)liberalismo, ongs e ação do Estado

A onda (neo)liberal que varreu o mundo a partir do final da década de 70, mas principalmente após a queda do muro de Berlim e do Consenso de Washington, fez com que os Estados diminuíssem seu tamanho e suas áreas de atuação. Segundo o credo liberal, quanto menos o Estado intervir na sociedade (e na economia mais especialmente) melhor. As pessoas livremente saberiam se organizar e resolver (a maior parte de) seus problemas. Em caso de necessidade, o Estado interviria. Para garantir a propriedade privada, a segurança dos cidadãos, e um ambiente econômico competitivo, por exemplo.

Nesse cenário, cresceram as atuações de organizações civis sem fins lucrativos, as chamadas Ong's. No Brasil, mas também em muitos países desenvolvidos, as Ong's são financiadas em grande parte pelo próprio Estado, que, "incapaz" de agir em determinadas áreas repassa dinheiro para que as Ong's realizem o que ele antes realizava ou deveria realizar a partir de uma perspectiva mais intervencionista, ou menos liberal. Isso, muitas vezes leva a situações onde o Estado não garante o que deveria garantir até seguindo o credo liberal (segurança dos cidadãos e do território, propriedade privada, etc.). Um bom exemplo é o que vem acontecendo na Amazônia onde as Ong's são muitas vezes mais presentes e atuantes do que o Estado (clique aqui para reportagem da Folha.)

Mas afinal, qual deveria ser o tamanho e o papel do Estado? A questão é controversa e são vocês, famintos de mundo que devem procurar suas respostas, mas uma boa análise sobre o tema é essa de Claus Offe numa entevista para a Veja, em 1998, que continua muito atual.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Cuba, EUA e a Nova Ordem Mundial

Foi com um certo alarde que a UE anunciou ontem a retirada total do embargo à Cuba. Vale ressaltar que ao contrário do embargo americano, a ação da UE não incuía boicote econômico, apenas restrições a viagens de autoridades européias a Cuba. A medida tem como objetivo formal estimular a abertura política do país, após a recente renúncia de Fidel Castro.

Como todos sabem Cuba é o único país socialista da América Latina e um dos poucos remanescentes do bloco liderado pela URSS durante a Guerra Fria. O embargo econômico imposto pelos EUA já dura 45 anos (é de setembro de 1962) e, segundo relatório anual da ONU, realizado em 2005, o bloqueio já causou desde o seu início até 2005, um prejuízo superior a 89 bilhões de dólares. O embargo é formalmente condenado pela ONU, que em 2006, pela 15ª vez consecutiva condenou a ação americana.

A manutenção do embargo por parte dos EUA mesmo após o fim da Ordem Internacional da Guerra Fria é mais um exemplo de uma característica marcante da Nova Ordem Mundial: a supremacia e o unilateralismo da única superpotência do mundo, os EUA. Esse posicionamento, ao contrário do que alguns apregoam não é um fato isolado ligado ao presidente Bush. O embargo econômico a Cuba por exemplo, foi ampliado e virou lei durante o governo Clinton, quando a URSS já tinha sido extinta e os EUA já tinham retomado transações comerciais com todos os outros países socialistas do mundo (com exceção de Cuba e Coréia do Norte, nação contra quem os EUA estão formalmente em guerra, mas numa trégua que já dura 55 anos).


Outros exemplos do unilateralismo dos EUA na Nova Ordem Mundial são (e sobre esse assunto ótimo artigo de Ricupero aqui):
  • Invasão do Iraque em 2003(aqui e aqui);
  • A manutenção de prisioneiros sem nenhum direito em Guantánamo e navios-prisões (aqui e aqui)
  • A não ratificação do Protocolo de Kyoto (aqui e aqui).

terça-feira, 17 de junho de 2008

Biocombustíveis, fome e política internacional

Muito tem se discutido sobre a complexa relação entre o uso dos biocombustíveis, a preservação do meio ambiente e o recente aumento de preços dos alimentos. Esse foi inclusive o tema da II Conferência Domus Ambientiae.A despeito da qualidade das discussões, alguns apontamentos fazem-se necessários.

1. O álcool etanol polui muito menos do que a gasolina e do que o diesel. Mas polui e não é pouco. A solução para o aquecimento global pode passar pelo uso de biocombustíveis, mas seu uso não é solução para esse problema.

2. Sua grande vantagem é vir de fonte renovável, e portanto diminuir nossa dependência de combustíveis fósseis.

3. É lógico que se os biocombustíveis passarem a ser usados em altíssima escala, terras que hoje destinam-se a produzir alimentos, passarão a produzir matéria-prima para os combustíveis e o preço dos alimentos aumentará. É a famosa Lei da Oferta e da Procura.

4. No entanto a atual alta de preços dos alimentos tem outras causas. O subsídio dos países ricos à sua agricultura é uma delas, como disse o presidente Lula e a FAO confirmou. Outra é a gangorra de preços natural do capitalismo. Em artigo muito esclarecedor (aqui) Rubens Ricupero mostrou que a atual alta dos alimentos ainda não foi capaz de elevar os preços aos níveis em que eles estavam antes dos anos 80, quando viveram uma forte depreciação nos termos de troca.

5. A tentativa de associar a alta dos alimentos com o biodiesel é de fundo econômico e geopolítico. Esse artigo do Antônio Ermírio de Morais ajuda a entender o potencial que o Brasil tem de se tornar um mega produtor de energia se os biocombustíveis passarem a ser usados em larga escala. Além de nossas reservas de petróleo recém descobertas temos que o álcool etanol de cana é muito melhor que o de milho, produzido pelos EUA. Segundo a ANP, enquanto o balanço energético do álcool de milho é de 1,2 (ou seja, após o processo de produção do combustível tem-se 1,2 mais energia do que foi gasto para produzi-lo) o balanço energético do álcool de cana beira a razão de 8,0!! É muito mais. Mas é óbvio que usar o álcool de cana interessa a muito pouca gente e a confusão que se faz com os biocombustíveis, tratando como se fosse tudo a mesma coisa não é feita por ingênuos.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Insustentável

No mês do meio ambiente e da Conferência Domus Ambientiae, realizada na semana passada no colégio inicio uma série de posts (alguns como esse já publicados no TKGEO) sobre nossa relação com o meio ambiente e sobre a própria conferência. Aliás para quem quiser um aperitivo sugiro o blog Folha Domus, aberto pelo grupo responsável pela cobertura midiática do evento.


O 3º milênio se inicia conforme anunciado: colocando a humanidade contra a parede. Não dá mais para tentar se enganar e fazer como personagem suicida do imperdível “O ódio” de Mathieu Kassovitz. Na abertura do filme, um coquetel molotov cai lentamente sobre a Terra, enquanto o narrador diz mais ou menos assim: “Essa é história de um homem que se jogou do 50º andar de um prédio e a cada andar que ele passava repetia: Até aqui tudo vai bem, até aqui tudo vai bem, até aqui tudo vai bem... O problema não é a queda, mas a aterrisagem”. O chão está perigosamente perto e talvez já nem haja mais tempo de abrirmos o pára-quedas. A situação simplesmente não se sustenta. Não há como continuarmos retirando recursos naturais na velocidade que o fazemos, e retribuirmos para o meio ambiente bilhões, eu repito bilhões de toneladas de lixo por ano.
E não devemos nos enganar, para mudarmos isso é necessário diminuirmos a quantidade do que consumimos, a velocidade com que consumimos, a qualidade do que consumimos e a forma com que consumimos. Consumir menos coisas. Trocar menos coisas, fazendo-as durar mais. Consumir coisas que façam menos mal a nós mesmos e aos outros seres vivos. Consumir de forma mais igualitária as coisas, afinal se produz em quantidade suficiente para que todos vivam decentemente. Só isso e tudo isso junto é que pode permitir a existência da humanidade por mais alguns séculos. É lamentavelmente irônico que podemos ser a primeira espécie a se auto-extinguir. Logo nós que nos orgulhamos tantos de sermos racionais, pensarmos e planejarmos nossa vidas.