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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

"O que você vai ser quando crescer?"

Eu sei que estou devendo parte do gabarito do simulado interno. Mas perguntas são sempre mais importantes do que respostas...

Como você associa seu discurso a prática?


Procura igualar suas falhas a dos outros ou diferenciá-las?

Afinal: De que lado você samba? De que lado você vai sambar?



Obs de sempre: clique na imagem que dá pra ver melhor.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

"O que vai ser quando crescer?"

Dando continuidade à série de tiras (em homenagem aos vestibulandos do Domus) para pensarmos nas escolhas que fazemos da e na nossa vida (profissional), mais uma do Dhamer.


E aí? De que lado você samba? De que lado você vai sambar?

Obs. de sempre: clique na imagem que dá pra ver melhor.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Mudanças na organização do trabalho

Vimos que a nossa sociedade industrial vive procurando novas formas de aumentar a produtividade do trabalho a fim de produzir mais riqueza, num tempo menor e com menores custos. O fordismo e o toyotismo trouxeram inovações técnicas que possibilitaram grandes ganhos de produtividade, aumentando inclusive a exploração do trabalho, uma vez que a massa salarial nunca aumentou na mesma proporção que esses ganhos em produtividade.

Pois bem, atualmente as empresas mais antenadas com esses avanços da cadeia produtiva tem percebido que um ambiente de trabalho acolhedor, uma boa assistência médica, salários minimamente decentes e até gastos com o lazer do funcionário são, antes de mais nada, investimentos em produtividade. Trabalhadores sadios e bem alimentados faltam menos; um local de trabalho bacana faz com que as horas-extras não sejam motivo de tanta reclamação, e principalmente, empregado que "veste a camisa" da empresa traz muito mais lucros para a mesma!
É pensando assim que a Google organiza seus escritórios que contam com fliperama, Wii, e um monte de outros "atrativos". O vídeo abaixo é uma espécie de classificado para quem quer trabalhar na empresa. Reparem que a oferta de emprego é vendida como uma oportunidade, sobretudo de se divertir...



Tudo muito bom, tudo muito bem, mas não esquecemos que isso é feito para que os trabalhadores deem ainda mais lucro para a empresa produzindo ainda mais riqueza. Ou seja, não se deixe enganar pela propaganda. É trabalho, não férias. Tem que produzir, e bem mais do que o salário senão a Baia volta a ficar vaga...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

"O que você vai ser quando crescer?"

Essa série de postagens com tiras é dedicada aos alunos vestibulandos do Domus.

A questão "vai fazer o que da vida?" vai muito além da escolha da profissão/curso universitário, até por que todos estamos escolhendo o que fazer da vida diariamente. Trata-se sobretudo de escolha de prioridades, que são guiados por valores. O que você está valorizando ao escolher suas prioridades? Que tipo de mundo essas suas escolhas ajudam a construir? Como você toma suas decisões?

É a velha e ótima pergunta de sempre: De que lado você samba?
De que lado você vai sambar?

A primeira postagem da série vem generosa. Uma trinca de tiras dos craques: Rafael Sica, André Dahmer, e Laerte.









Bom fim de semana a todos.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Cursos e Carreiras - Biomedicina

A série de posts sobre opções profissionais continua, e hoje o espaço é ocupado por uma carreira que tradicionalmente seleciona seres humanos da melhor espécie, quase todos engajados na árdua, mas gratificante batalha por uma vida menos ordinária.

E o entrevistado da vez é um guerreiro da mais alta patente. Não por seus títulos acadêmicos ou pela brilhante trajetória como estudante/pesquisador. Mas porque o Dr. Claudio Queiroz é um dos companheiros de trincheira que mais se aproxima daquilo que Brecht chamou de "imprescindível". Nas palavras do poeta/dramaturgo:

"Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida.
Estes são os imprescindíveis
."

Como não poderia deixar de ser, sua escolha profissional levou em consideração o que ele podia fazer para melhorar a vida das pessoas. E a Biomedicina faz exatamente isso. Na definição da wikipedia, o curso forma profissionais para atuar no desenvolvimento da saúde humana e no saneamento do meio ambiente. Ainda segundo a enciclopédia, o profissional formado em Biomedicina está apto a realizar estudos e pesquisas clínicas, envolvendo as análises clínicas, genética e biologia molecular de fluidos e tecidos humanos.


O mapa aí de cima (sampleado do TKGEO) mostra a relação habitante/médico em diferentes países do mundo. Reparem na diferença entre os países europeus e os africanos e no impressionante número cubano de 1 médico para cada 170 habitantes!

A entrevista com o Claudio você lê aqui. E como sempre, se quiser perguntar algo, deixe as perguntas nos comentários que eu repasso para ele e depois publico as respostas.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Transposição do rio São Francisco

O polêmico projeto de transposição do rio São Francisco, provoca reações distintas, às vezes radicais, e quase sempre ligadas exclusivamente a interesses pessoais, sejam eles políticos ou econômicos.

A transposição transformará rios intermitentes (temporários) em rios perenes e garantirá o abastecimento constante de açudes da região, através da construção de dois canais, como mostra o primeiro mapa abaixo. Com isso, o problema da seca nas regiões beneficiadas vai, obviamente, diminuir. Por isso, vale comparar o mapa das áreas beneficiadas com o das áreas que sofrem processos de desertificação.

Os números que envolvem a gigantesca empreitada variam muito, sempre de acordo com a posição que se tem do projeto. O número de beneficiados costuma variar entre 3 e 12 milhões de pessoas. O preço da obra oscila entre 4,5 bilhões de reais a 6 bilhões de dólares. Apesar disso, algumas considerações podem ser feitas.

O semi-árido tende a se transformar em pólo de fruticultura intensiva, provavelmente voltada para exportação, como as cidades de Petrolina e Juazeiro, as duas maiores cidades do semi-árido, ambas situadas na margem do rio. Assim, a economia da região deve crescer e desenvolver-se razoavelmente, melhorando a qualidade de vida da população local. Por outro lado, é igualmente provável que a agricultura familiar que existe na região desapareça, dando lugar aos grandes empreendimentos de fruticultura dos grandes beneficiados pelo projeto: os latifundiários do semi-árido.
Vale destacar também os possíveis problemas ambientais que a execução e a conclusão da obra podem trazer: assoreamento do rio; diminuição do número de peixes; e até a contaminação de lençóis freáticos por fertilizantes e pesticidas usados na agricultura.

Para uma maior diversificação dos argumentos e um pouco mais de profundidade na análise, recomendo a leitura de dois artigos, ambos publicados na Folha de S. Paulo em 2005. Esse é do então ministro Ciro Gomes que defende a transposição. E esse é de D. Luiz Cappio, o frei que fez greve de fome contra a transposição.
E, para ver uma animação do G1 sobre a transposição clique aqui

Para entender a crise americana

Como conversamos brevemente em sala de aula, a crise econômica deflagrada nos EUA tem sua origem no que os economistas tem chamado de bolha imobiliária. Para visualizar o tamanho da bolha, basta observar o gráfico (sampleado do blog do Sérgio Dávila) abaixo que mostra o crescimento do preço das casas norte americanas.

Esses valores insamente inchados (até leigos como nós podemos somos capazes de estranhar que um imóvel se valorize tanto em 17 anos...) eram a garantia que os bancos pediam para conceder empréstimos aos cidadãos norte-americanos, que usavam esse dinheiro para comprar um monte de coisas, inclusive mais casas.
Não satisfeitos, esses bancos transformaram esses empréstimos em títulos recebíveis e passaram a negociá-los no mercado pelo valor de face. Um monte de bancos e investidores compraram esses papéis.

Ocorre que uma hora as pessoas perceberiam que os imóveis que garantiam aqueles primeiros empréstimos não valiam tanto, e simplesmente ninguém pagava seu "valor de mercado". Menor procura, queda de preços. Com os preços dos imóveis recuando (reparem que eles ainda encontram-se em patamares bem altos, equivalentes a 2005) os cidadãos que tinham empréstimos/hipotecas para pagar começaram a não ter mais condição de fazê-lo, e o que é pior, estavam comprando imóveis por um preço que ele não valia. Assim centenas de milhares de norte-americanos entregaram suas casas para os bancos (foram mais de 300.000 só em Agosto). Só que essas casas eram o que garantiam os títulos emitidos com um valor de face que não mais encontrava respaldo no mercado. Resultado: os bancos tinham emitido bilhões em títulos que eles também não tinham como pagar...

Para quem se interessa de fato pelo assunto:
Duas histórias inventadas ajudam a entender melhor essa situação. Essa é sobre um típico norte-americano que comprou uma casa e depois pegou um empréstimo no banco...
Essa outra (mais curtinha) está circulando pela Internet e é sobre um boteco que agiu como os bancos em questão.
Vale também ouvir esse podcast da Miriam Leitão comentando as razões da crise, na semana passada na CBN.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Sobre a inutilidade de diplomas



Ter um diploma escolar normalmente significa mais conhecimento adquirido/construído e, portanto, mais poder e capacidade de ação. Mas não é necessariamente assim. Achei o texto que reproduzo abaixo n'O escriba, e acho que serve para ilustrar a necessidade de ultrapassarmos a necessidade de nos impormos por nossos títulos e usá-los para construir uma vida menos ordinária...

QUANDO SE TEM DOUTORADO:
O dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da gramínea Saccharus officinarum, (Linneu, 1758) isento de qualquer outro tipo de processamento suplementar que elimine suas impurezas, quando apresentado sob a forma geométrica de sólidos de reduzidas dimensões e restasretilíneas, configurando pirâmides truncadas de base oblonga e pequena altura, uma vez submetido a um toque no órgão do paladar de quem se disponha a um teste organoléptico, impressiona favoravelmente as papilas gustativas, sugerindo impressão sensorial equivalente provocada pelo mesmo dissacarídeo em estado bruto, que ocorre no líquido nutritivo da alta viscosidade, produzindo nos órgãos especiais existentes na Apis mellifera.(Linneu, 1758) No entanto, é possível comprovar experimentalmente que esse dissacarídeo, no estado físico-químico descrito e apresentado sob aquela forma geométrica, apresenta considerável resistência a modificar apreciavelmente suas dimensões quando submetido a tensões mecânicas de compressão ao longo do seu eixo em conseqüência da pequena capacidade de deformação que lhe é peculiar.

QUANDO SE TEM MESTRADO:
A sacarose extraída da cana de açúcar, que ainda não tenha passado pelo processo de purificação e refino, apresentando- se sob a forma de pequenos sólidos tronco-piramidais de base retangular, impressiona agradavelmente o paladar, lembrando a sensação provocada pela mesma sacarose produzida pelas abelhas em um peculiar líquido espesso e nutritivo. Entretanto, não altera suas dimensões lineares ou suas proporções quando submetida a uma tensão axial em conseqüência da aplicação de compressões equivalentes e opostas.

QUANDO SE TEM GRADUAÇÃO:
O açúcar, quando ainda não submetido à refinação e, apresentando- se em blocos sólidos de pequenas dimensões e forma tronco-piramidal, tem sabor deleitável da secreção alimentar das abelhas; todavia não muda suas proporções quando sujeito à compressão.

QUANDO SE TEM ENSINO MÉDIO:
Açúcar não refinado, sob a forma de pequenos blocos, tem o sabor agradável do mel, porém não muda de forma quando pressionado.

QUANDO SE TEM ENSINO FUNDAMENTAL:
Açúcar mascavo em tijolinhos tem o sabor adocicado, mas não é macio ou flexível.

QUANDO NÃO SE TEM ESTUDO:
Rapadura é doce, mas não é mole não!

sábado, 13 de setembro de 2008

Cursos e Carreiras - Direito

Esse post de orientação profissional é bastante especial por alguns motivos.

Primeiro, é sobre um dos mais procurados e prestigiados cursos universitários, o Direito.

Segundo, a entrevistada (link com a entrevista aqui) é ninguém menos que Renata Falcone, filha de nossa queridíssima professora Marly.

Terceiro, como você verá na entrevista trata-se de uma pessoa muito engajada na luta por uma vida menos ordinária e que não faz jus aos muitos clichês sobre os profissionais do Direito.

Por último é que, apesar disso, reproduzo abaixo algumas tiras (que não são propriamente elogiosas) sobre estudantes de Direito, advogados e a Justiça. Espero que a Renata, companheira de trincheira na batalha por um mundo melhor me perdoe e lembre que no mundo que tentamos construir juntos diversão é algo a ser levado sério e rir é sempre o melhor remédio...








obs. de sempre: clique nas imagens que dá para ver melhor.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Cursos e Carreiras - Jornalismo

Continuando a série sobre Cursos e Carreiras, hoje é a vez de falar de Jornalismo.

É sempre bom lembrar que a série de posts dá preferência a ouvir pessoas que ainda estão crescendo na carreira e que saíram da faculdade não faz muito tempo.
Além disso deve ser um profissional que faz do seu trabalho uma experiência prática de transformação do mundo em lugar menos ordinário, mais ético, justo e tolerante.

A entrevista dessa vez é com Victor Ramos (link aqui), chefe de pauta do caderno Cotidiano da Folha.

A Wikipedia define Jornalismo como "a atividade profissional que consiste em lidar com notícias, dados factuais e divulgação de informações". E também como "a prática de coletar, redigir, editar e publicar informações sobre eventos atuais".
Essa paranóia pela atualidade certamente ajuda a explicar o boom de procura por diplomas de jornalismo que sequer são exigidos por muitos grandes veículos.
Tal como no conto "Do rigor da Ciência" de Jorge Luis Borges (leiam crianças, leiam... tem só um parágrafo! link aqui), o grande Laerte satirizou muito bem essa situação...


Para rir um pouco da profissão repórter veja esse vídeo:




E, se quiser perguntar alguma outra coisa para o Victor, deixe as questões no comentário que eu encaminho para ele e depois publico as respostas.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Vegetações da Europa

Como senti falta de imagens das vegetações na aula sobre a Europa Física, aqui vão as principais formações que estudamos e alguns links com mais informações.

Relembrando, os climas e as vegetações da Europa estão distribuídos assim (clique na imagem que dá para ver melhor):


Repare que nesse (ótimo) mapa do geomundo muitas das vegetações que estudamos não são citadas e em seu lugar está "meio natural profundamente alterado pela ação humana", ou seja, não sobrou praticamente nada da vegetação original.

No mapa, ainda são citadas duas formações vegetais:

a tundra que durante a maior parte do ano permanece congelada, completamente coberta de neve. Por isso suas plantas, basicamente líquens (associação de fungos e algas) e algumas poucas herbáceas, tem pouco tempo para se desenvolver, formando uma vegetação esparsa que divide o cenário com lamaçais e rochas no curto período de “verão” (época em que a temperatura sobe e varia entre -6C e -10ºC);



A esquerda a tundra no "verão" à direita no inverno




e a taiga, vegetação pouco diversificada devido às baixas temperaturas registradas e constituída sobretudo por coníferas (por isso também conhecida como Floresta de Coníferas) como o Abeto do Norte e pinheiro.




Além delas vimos também: a floresta decídua (ou temperada) marcada por perder suas folhas no outono.
a vegetação mediterrânea, uma vegetação composta por pequenas árvores distanciadas uma das outras, mas quase totalmente destruída pela ação humana;



e as estepes, uma formação vegetal de planície sem árvores, composta basicamente por herbáceas, similar à pradaria, embora este último tipo de planície, que ocorrem em climas mais úmidos, contenha gramíneas mais altas, em relação a estepe.



quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Chapa Quente!

Pra quem não sabe Condeleezza Rice é uma das favoritas de medalha na nossa olimpíada, e secretária de Estado dos EUA.

Sua frase foi muito mais esclarecedora que a de seu presidente (acerca do conflito Rússia X Georgia). "Não estamos em 1968. A Rússia não pode fazer o que quiser, invadir um país e sair impune".


Exibir mapa ampliado

Mais claro impossível. Não estamos mais na Ordem da Guerra Fria. Na Nova Ordem só as tropas do Império, ops, dos EUA é que podem fazer isso.


obs: Reparem (dando o zoom) que o Googlemaps não tem (ou não disponibiliza) informações mínimas da Georgia. Segundo seu gerente de produtos, tais informações nunca existiram.

Pimenta no dos outros é refresco...

Eu ia fazer uma longa postagem comentando sobre o poder das palavras, sobre como uma fazenda ocupada/invadida por sem-terra pode ser chamada de invasão por uns, e de ocupação por outros, de como isso demonstra um monte de posicionamentos políticos e intenções mal mascaradas. Mas achei tudo desnecessário, pois a frase e seu autor falam por si.


"Um agressão como essa a um país soberano em pleno séc. XXI um fato inaceitável!" (George W. Bush, sobre a invasão da Georgia pela Rússia)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

China, Olimpíadas, milagres de crescimento e um blog novo na área

Para os visitantes em férias (ou não) e vestibulandos em especial: Tem um blog novo na Folha/uol do jornalista Raul Juste Loros que vale a visita. Como vocês devem ter percebido a China está cada vez mais na pauta dos assuntos destinados, digamos, a atualidades. Por ser motivo de atenção (multiplicada pela Olímpiada) deve ser tema recorrente nos vestibulares no fim do ano. E o blog em questão é voltado para a cobertura dos Jogos, mas com um tom didático-informativo como é a cara da Folha.


Exibir mapa ampliado
Obs: o mapa aí de cima é um link direto do google mapas. Vá dando zoom e divirta-se. Se quiser saber: Pequim (Beijing) está a Nordeste.

O texto reproduzido abaixo sucita bons questionamentos acerca dos métodos adotados e do preço de determinadas estratégias de grande sucesso, seja para crescimento econômico, "fabricação" de atletas top, venda de algum produto, conquista de mercados, etc.

Vale lembrar que a China cresce em média 10% nos últimos 15 anos, o que lhe rendeu (entre outras coisas mais dignas) umas 20 capas de Veja. O que muitas vezes se esquece de levar em consideração é exatamente os métodos adotados e o preço dessas estratégias de grande sucesso. Para ficar em apenas alguns exemplos: A hora de trabalho na China custa, em média, US$ 0,61, enquanto nos EUA é US$ 21 e na Alemanha US$ 30 (fonte aqui). Os trabalhadores não tem 13º salário, as férias são de 10 dias divididas 3, nos grandes feriados nacionais (como se fosse só natal, ano novo e carnaval e só.) Em 2007 três mil menores de 16 anos morreram trabalhando e contratos de trabalho escritos só passaram a ser obrigatórios em 1995 (fontes aqui e aqui).

Nas olimpíadas com a chuva de medalhas para a China muito se falará de mais esse milagre do crescimento chinês, e da incompetência do Brasil em não fazer igual. Não que não sejamos de fato incompetentes, mas sucessos arrebatadores não são tão simples de serem fabricados (aqui não tem aspas mesmo) como muitas vezes pode parecer...



A fábrica de medalhas da China
Extraído do blog Raul na China

Em apenas 20 anos, a China dobrou suas medalhas de ouro e se tornou a segunda maior potência olímpica. Em Atenas-2004, ganhou 32 ouros, quatro a menos que os EUA. Competindo em casa desta vez, a China pretende chegar ao topo do ranking de medalhas. Como um país que ficou de fora das Olimpíadas entre 1952 e 1984 já chegou tão longe? Se depender da China, dificilmente alguém de fora irá saber a resposta. Até para os padrões da fechada ditadura comunista, a fábrica de medalhas olímpicas é supersecreta. Visitas a centros de treinamento são proibidas, e os diversos especialistas chineses ouvidos pela Folha desconversam, dizendo que a evolução é normal. Mas relatos de vários esportistas indicam a excepcionalidade da preparação chinesa. Medalha de ouro na canoagem em Atenas, Yang Wenjun, 24, admitiu recentemente que há três anos não vê seus pais, enfurnado em um centro de treinamento onde não há televisão e fotos da família são proibidas.Técnico da seleção chinesa de remo, o russo Igor Grinko revelou que preparadores físicos chutavam atletas "moles" na hora de treinar.
Hoje tem especial na Folha sobre a Olimpíada de Pequim. As reportagens que fiz sobre a preparação chinesa você lê aqui:

quarta-feira, 25 de junho de 2008

(Neo)liberalismo, ongs e ação do Estado

A onda (neo)liberal que varreu o mundo a partir do final da década de 70, mas principalmente após a queda do muro de Berlim e do Consenso de Washington, fez com que os Estados diminuíssem seu tamanho e suas áreas de atuação. Segundo o credo liberal, quanto menos o Estado intervir na sociedade (e na economia mais especialmente) melhor. As pessoas livremente saberiam se organizar e resolver (a maior parte de) seus problemas. Em caso de necessidade, o Estado interviria. Para garantir a propriedade privada, a segurança dos cidadãos, e um ambiente econômico competitivo, por exemplo.

Nesse cenário, cresceram as atuações de organizações civis sem fins lucrativos, as chamadas Ong's. No Brasil, mas também em muitos países desenvolvidos, as Ong's são financiadas em grande parte pelo próprio Estado, que, "incapaz" de agir em determinadas áreas repassa dinheiro para que as Ong's realizem o que ele antes realizava ou deveria realizar a partir de uma perspectiva mais intervencionista, ou menos liberal. Isso, muitas vezes leva a situações onde o Estado não garante o que deveria garantir até seguindo o credo liberal (segurança dos cidadãos e do território, propriedade privada, etc.). Um bom exemplo é o que vem acontecendo na Amazônia onde as Ong's são muitas vezes mais presentes e atuantes do que o Estado (clique aqui para reportagem da Folha.)

Mas afinal, qual deveria ser o tamanho e o papel do Estado? A questão é controversa e são vocês, famintos de mundo que devem procurar suas respostas, mas uma boa análise sobre o tema é essa de Claus Offe numa entevista para a Veja, em 1998, que continua muito atual.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

100 anos de imigração japonesa 1

Sabe qual o lugar do mundo que tem mais japoneses? O Japão, lógico. E depois? O Brasil.
A história da ocupação nipônica no Brasil é, no entanto, relativamente recente e comemora nesse mês seu centenário.

Como sabemos, todo movimento migratório significativo apresenta fatores de repulsão e de atração. Ou seja, para compreendermos minimamente alguma movimento migratório precisamos saber por que as pessoas saíram de seus países ou regiões e por que migraram para seus destinos, e não outros.

De uma forma geral podemos dizer que há cem anos atrás o Brasil precisava de mão-de-obra estrangeira para as lavouras de café, enquanto o Japão, passava por um período de grande crescimento populacional e mecanização do campo, causando grande desemprego. Então, para suprir as necessidades de ambos países, foi selado um acordo diplomático entre os governos brasileiro e japonês (o documento original você lê aqui ).
Nos primeiros dez anos da imigração, aproximadamente quinze mil japoneses chegaram ao Brasil. Este número aumentou muito com o início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), pois os japoneses foram proibidos de emigrar para os Estados Unidos, e eram mal-tratados na Austrália e no Canadá (tradicionais destinos da população japonesa que estava emigrando em massa). Assim, o Brasil tornou-se um dos poucos países no mundo a aceitar imigrantes do Japão.

100 anos de imigração japonesa 2

Apesar da atual cordialidade entre os dois países e povos, a história da imigração japonesa no Brasil não foi feita só de bons momentos.

A primeira geração de imigrantes sofreu muito com as barreiras culturais (idioma, culinária, religião) e no geral tinham o sonho de enriquecer rapidamente e voltar para o Japão.
Além disso, como é comum entre (i)migrantes, os trabalhadores japoneses eram submetidos a horas exaustivas de trabalho e a um salário baixíssimo com dois agraventes: o preço da passagem era descontado no salário; e tudo o que o imigrante consumia deveria ser comprado na mão do fazendeiro. Em pouco tempo as dívidas se tornavam quase impagáveis, e o sonho de uma volta à terra natal com os bolsos cheios virava pesadelo.
No entanto, assim como outros imigrantes, alguns japoneses conseguiram através de um sistema de parceria com o fazendeiro, comprar seus primeiros pedaços de terra. Tal ascenção social no Brasil resultou, para a grande maioria desses imigrantes, a permanência definitiva no Brasil.
O pior momento da relação entre os povos brasileiros e japoneses ainda estava por vir. Com a eclosão da II Guerra Mundial o sonho de voltar ao Japão foi sepultado quase que por todos os imigrantes. Como se não bastasse isso, o Brasil entrou na II Guerra ao lado dos Aliados e declarou guerra ao Japão e aos países do Eixo.
Durante os anos da guerra a imigração de japoneses para o Brasil foi proibida e vários atos do governo brasileiro prejudicaram os japoneses e seus descendentes (bem como os italianos e os alemães, as outras nações do Eixo). O presidente Getúlio Vargas proibiu o uso da língua japonesa, fechou escolas, e as manifestações culturais nipônicas foram consideradas atitudes criminosas.

100 anos de imigração japonesa 3

Com o término da Segunda Guerra Mundial, as leis contrárias à imigração japonesas foram canceladas e o fluxo de imigrantes para o Brasil voltou a crescer. Neste período, além das lavouras, muitos japoneses buscavam as grandes cidades para trabalharem na indústria, no comércio e no setor de serviços. Na população de origem nipônica já residente ocorre um grande êxodo rural. Os japoneses saem do campo e rumam para as cidades para concluir os estudos e melhorar de vida. A cidade de São Paulo torna-se, assim, a cidade com maior número de japoneses fora do Japão.

Como aconteceu com boa parte dos (i)migrantes que vieram para São Paulo, os japoneses tiveram sua mão-de-obra explorada, sofreram preconceito, mas com muita luta conseguiram prosperar e melhorar de vida. Ao trabalhar seja na agricultura, no comércio, na indústria ou nos serviços ocuparam vagas de trabalho que poderiam ser ocupadas por outras pessoas (brasileiros ou não). Acima de tudo, no entanto, ao trabalharem, se fixarem no Brasil e se transformarem em mercado consumidor foram (e são) fundamentais para nosso desenvolvimento econômico e identificação cultural. São Paulo não é São Paulo sem os japoneses. O Brasil não é Brasil sem os japoneses.


Arigatô!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Cuba, EUA e a Nova Ordem Mundial

Foi com um certo alarde que a UE anunciou ontem a retirada total do embargo à Cuba. Vale ressaltar que ao contrário do embargo americano, a ação da UE não incuía boicote econômico, apenas restrições a viagens de autoridades européias a Cuba. A medida tem como objetivo formal estimular a abertura política do país, após a recente renúncia de Fidel Castro.

Como todos sabem Cuba é o único país socialista da América Latina e um dos poucos remanescentes do bloco liderado pela URSS durante a Guerra Fria. O embargo econômico imposto pelos EUA já dura 45 anos (é de setembro de 1962) e, segundo relatório anual da ONU, realizado em 2005, o bloqueio já causou desde o seu início até 2005, um prejuízo superior a 89 bilhões de dólares. O embargo é formalmente condenado pela ONU, que em 2006, pela 15ª vez consecutiva condenou a ação americana.

A manutenção do embargo por parte dos EUA mesmo após o fim da Ordem Internacional da Guerra Fria é mais um exemplo de uma característica marcante da Nova Ordem Mundial: a supremacia e o unilateralismo da única superpotência do mundo, os EUA. Esse posicionamento, ao contrário do que alguns apregoam não é um fato isolado ligado ao presidente Bush. O embargo econômico a Cuba por exemplo, foi ampliado e virou lei durante o governo Clinton, quando a URSS já tinha sido extinta e os EUA já tinham retomado transações comerciais com todos os outros países socialistas do mundo (com exceção de Cuba e Coréia do Norte, nação contra quem os EUA estão formalmente em guerra, mas numa trégua que já dura 55 anos).


Outros exemplos do unilateralismo dos EUA na Nova Ordem Mundial são (e sobre esse assunto ótimo artigo de Ricupero aqui):
  • Invasão do Iraque em 2003(aqui e aqui);
  • A manutenção de prisioneiros sem nenhum direito em Guantánamo e navios-prisões (aqui e aqui)
  • A não ratificação do Protocolo de Kyoto (aqui e aqui).

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Terremotos 1

Terremoto é um fenômeno de vibração brusca e passageira da superfície do planeta, resultante de movimentos subterrâneos de placas rochosas, de atividades vulcânicas, ou por deslocamentos (migração) de gases no interior da Terra, principalmente metano. O movimento é causado pela liberação rápida de grandes quantidades de energia sob a forma de ondas sísmicas.
A maior parte dos terremotos ocorrem nas fronteiras entre placas tectônicas, ou em falhas entre dois blocos rochosos. Abaixo a distribuição das placas no globo e a direção de seus movimentos.


Vale lembrar que a Terra sofre com milhares de pequenos abalos sísmicos por ano, mas só algumas dezenas são sentidos por nós.