quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Transposição do rio São Francisco

O polêmico projeto de transposição do rio São Francisco, provoca reações distintas, às vezes radicais, e quase sempre ligadas exclusivamente a interesses pessoais, sejam eles políticos ou econômicos.

A transposição transformará rios intermitentes (temporários) em rios perenes e garantirá o abastecimento constante de açudes da região, através da construção de dois canais, como mostra o primeiro mapa abaixo. Com isso, o problema da seca nas regiões beneficiadas vai, obviamente, diminuir. Por isso, vale comparar o mapa das áreas beneficiadas com o das áreas que sofrem processos de desertificação.

Os números que envolvem a gigantesca empreitada variam muito, sempre de acordo com a posição que se tem do projeto. O número de beneficiados costuma variar entre 3 e 12 milhões de pessoas. O preço da obra oscila entre 4,5 bilhões de reais a 6 bilhões de dólares. Apesar disso, algumas considerações podem ser feitas.

O semi-árido tende a se transformar em pólo de fruticultura intensiva, provavelmente voltada para exportação, como as cidades de Petrolina e Juazeiro, as duas maiores cidades do semi-árido, ambas situadas na margem do rio. Assim, a economia da região deve crescer e desenvolver-se razoavelmente, melhorando a qualidade de vida da população local. Por outro lado, é igualmente provável que a agricultura familiar que existe na região desapareça, dando lugar aos grandes empreendimentos de fruticultura dos grandes beneficiados pelo projeto: os latifundiários do semi-árido.
Vale destacar também os possíveis problemas ambientais que a execução e a conclusão da obra podem trazer: assoreamento do rio; diminuição do número de peixes; e até a contaminação de lençóis freáticos por fertilizantes e pesticidas usados na agricultura.

Para uma maior diversificação dos argumentos e um pouco mais de profundidade na análise, recomendo a leitura de dois artigos, ambos publicados na Folha de S. Paulo em 2005. Esse é do então ministro Ciro Gomes que defende a transposição. E esse é de D. Luiz Cappio, o frei que fez greve de fome contra a transposição.
E, para ver uma animação do G1 sobre a transposição clique aqui

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro Tarso, por favor anote:

rmoura1@terra.com.br

Abraços,

Renato

♠Gabba Gabba♠ disse...

Concordo plenamente com o texto, e acho que o fator mais agravante disso tudo é o escoreamento do rio, já que ele é "o principal" rio daquele ragião.