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terça-feira, 24 de março de 2009

De volta, mas ainda aos poucos

Voltei.

Depois de mais de 3 meses enfurnado no término do mestrado e resolvendo outras quizumbas pessoais esse espaço volta a ter vida.

Ainda não conseguirei manter o ritmo inicial, e já aviso que farei algumas repostagens.

Porém, aos poucos, conforme o tempo for permitindo, eu chego lá.

Para começar leve e de leve, uma tira do Fabio Moon e do Gabriel Bá, óbvio, sobre tempo.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Capitalismo, mais-valia e exploração do trabalho

Em sala de aula vimos que uma das características básicas do capitalismo é a desigualdade social. A diferença de bens entre as pessoas se apóia na noção de propridade privada. Para que uns tenham mais que outros é necessário que haja o direito de ter, ou seja, o direito de possuir uma propriedade privada.


A propriedade privada, por sua vez permite uma série de relações que são tipicamente capitalistas. Uma das mais importantes é a relação entre Capital e Trabalho. De forma bem simplista podemos dizer que os donos do capital (os burgueses) arriscam seu patrimônio, ou parte dele, em empreendimentos (empresas) que visam aumentar seu capital. Só que para conseguir seu objetivo (ficar mais ricos) os burgueses precisam que suas empresas produzam riquezas para a sociedade, que paga por elas. Para isso contratam trabalhadores que fabricando mercadorias ou prestando serviços produzem riqueza. A riqueza produzida por esses trabalhadores, no entanto, não fica com eles, mas com os donos da empresa. Em troca de suas horas de trabalho os trabalhadores recebem um salário que é necessariamente menor que a quantidade de riqueza produzida por eles mesmos, sob a pena do capitalista falir, ou não ter renda. Se ele paga tudo o que os trabalhadores produzem não sobra nada para ele. A tirinha abaixo, com um tom meio socialista explica bem a relação.

Vale lembrar que em tese os capitalistas arriscam seu patrimônio e se o empreendimento der errado eles perdem seus investimentos. Isso é básico no capitalismo que defende a concorrência e a meritocracia (os melhores vencem e merecem mais coisas por isso). Mas, não é o que vem acontecendo com as grandes instituições financeiras na atual crise econômica...

Obs de sempre: clique na imagem que dá pra ver melhor.



Mudanças na organização do trabalho

Vimos que a nossa sociedade industrial vive procurando novas formas de aumentar a produtividade do trabalho a fim de produzir mais riqueza, num tempo menor e com menores custos. O fordismo e o toyotismo trouxeram inovações técnicas que possibilitaram grandes ganhos de produtividade, aumentando inclusive a exploração do trabalho, uma vez que a massa salarial nunca aumentou na mesma proporção que esses ganhos em produtividade.

Pois bem, atualmente as empresas mais antenadas com esses avanços da cadeia produtiva tem percebido que um ambiente de trabalho acolhedor, uma boa assistência médica, salários minimamente decentes e até gastos com o lazer do funcionário são, antes de mais nada, investimentos em produtividade. Trabalhadores sadios e bem alimentados faltam menos; um local de trabalho bacana faz com que as horas-extras não sejam motivo de tanta reclamação, e principalmente, empregado que "veste a camisa" da empresa traz muito mais lucros para a mesma!
É pensando assim que a Google organiza seus escritórios que contam com fliperama, Wii, e um monte de outros "atrativos". O vídeo abaixo é uma espécie de classificado para quem quer trabalhar na empresa. Reparem que a oferta de emprego é vendida como uma oportunidade, sobretudo de se divertir...



Tudo muito bom, tudo muito bem, mas não esquecemos que isso é feito para que os trabalhadores deem ainda mais lucro para a empresa produzindo ainda mais riqueza. Ou seja, não se deixe enganar pela propaganda. É trabalho, não férias. Tem que produzir, e bem mais do que o salário senão a Baia volta a ficar vaga...

domingo, 19 de outubro de 2008

Pacote de salvação dos bancos e ingenuidades

Eu sei que se deixássemos os bancos quebrarem, todos sofreríamos demais, a miséria provavelmente aumentaria etc...
Mas, não consigo me conformar que de uma hora para outra surgiram trilhões, repito amigos, trilhões de dólares para salvar bancos que simplesmente quebraram por estimular e viver numa ciranda financeira irracional e que não trouxe maiores melhorias de vida para o grosso da população mundial.

Vale dizer que não acredito em cálculos simplistas que algumas ongs e até a ONU às vezes soltam sobre quanto seria necessário para acabar com a fome no mundo. Porém, como pode tamanha agilidade num caso e morosidade no outro? É esse o centro da indagação do texto do Neto, que achei no blog do Tas e reproduzo abaixo, e de certa forma é também o assunto da tira do ótimo Dhamer.


Vou fazer um slideshow para você.
Está preparado? É comum, você já viu essas imagens antes.
Quem sabe até já se acostumou com elas.
Começa com aquelas crianças famintas da África.
Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele.
Aquelas com moscas nos olhos.
Os slides se sucedem.
Êxodos de populações inteiras.
Gente faminta.
Gente pobre.
Gente sem futuro.
Durante décadas, vimos essas imagens.
No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto.
Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados.
São imagens de miséria que comovem.
São imagens que criam plataformas de governo.
Criam ONGs.
Criam entidades.
Criam movimentos sociais.
A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em
Bogotá sensibiliza.
Ano após ano, discutiu-se o que fazer.
Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se
sucederam nas nações mais poderosas do planeta.
Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o
problema da fome no mundo.
Resolver, capicce?
Extinguir.
Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em
nenhum canto do planeta.
Não sei como calcularam este número.
Mas digamos que esteja subestimado.
Digamos que seja o dobro.
Ou o triplo.
Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.
Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse.
Não houve documentário, ong, lobby ou pressão que resolvesse.
Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Sobre desigualdade social

Esses dois vídeos (um continuação do outro) são para mim muito significativos.

Primeiro por que mostram que quando querem os jovens são capazes de produzir coisas muito boas.

Depois por que me fazem ter orgulho de ser professor de adolescentes tão bacanas quanto a Isa Ferreti, a Julia (ambas do 3º ano), a Fabiana e a Bianca (que nos abandonaram, mas ainda moram no meu coração...).

Tem também o fato que para além de retratar/denunciar a questão da desigualdade o vídeo apresenta de verdade os personagens, com uma profundidade que não é comum nem em programas de TV. A forma com que a Bianca e a DuCarmo se tratam mostra o carinho e o respeito que uma tem pela outra, principalmente a Bianca por ela, afinal a DuCarmo é mais velha e é assim que tem que ser (até uma bronquinha a Bianca toma no vídeo!). O garoto que faz o contraponto com ela também se expõe de uma forma que poucas pessoas tem coragem.

Enfim, um trabalho de primeiríssima qualidade que há tempos eu esperava oportunidade de publicar aqui. Ainda bem que as meninas deram a brecha. E, sem puxação de saco, esse dá de dez no daí de cima hein?