segunda-feira, 7 de julho de 2008

China, Olimpíadas, milagres de crescimento e um blog novo na área

Para os visitantes em férias (ou não) e vestibulandos em especial: Tem um blog novo na Folha/uol do jornalista Raul Juste Loros que vale a visita. Como vocês devem ter percebido a China está cada vez mais na pauta dos assuntos destinados, digamos, a atualidades. Por ser motivo de atenção (multiplicada pela Olímpiada) deve ser tema recorrente nos vestibulares no fim do ano. E o blog em questão é voltado para a cobertura dos Jogos, mas com um tom didático-informativo como é a cara da Folha.


Exibir mapa ampliado
Obs: o mapa aí de cima é um link direto do google mapas. Vá dando zoom e divirta-se. Se quiser saber: Pequim (Beijing) está a Nordeste.

O texto reproduzido abaixo sucita bons questionamentos acerca dos métodos adotados e do preço de determinadas estratégias de grande sucesso, seja para crescimento econômico, "fabricação" de atletas top, venda de algum produto, conquista de mercados, etc.

Vale lembrar que a China cresce em média 10% nos últimos 15 anos, o que lhe rendeu (entre outras coisas mais dignas) umas 20 capas de Veja. O que muitas vezes se esquece de levar em consideração é exatamente os métodos adotados e o preço dessas estratégias de grande sucesso. Para ficar em apenas alguns exemplos: A hora de trabalho na China custa, em média, US$ 0,61, enquanto nos EUA é US$ 21 e na Alemanha US$ 30 (fonte aqui). Os trabalhadores não tem 13º salário, as férias são de 10 dias divididas 3, nos grandes feriados nacionais (como se fosse só natal, ano novo e carnaval e só.) Em 2007 três mil menores de 16 anos morreram trabalhando e contratos de trabalho escritos só passaram a ser obrigatórios em 1995 (fontes aqui e aqui).

Nas olimpíadas com a chuva de medalhas para a China muito se falará de mais esse milagre do crescimento chinês, e da incompetência do Brasil em não fazer igual. Não que não sejamos de fato incompetentes, mas sucessos arrebatadores não são tão simples de serem fabricados (aqui não tem aspas mesmo) como muitas vezes pode parecer...



A fábrica de medalhas da China
Extraído do blog Raul na China

Em apenas 20 anos, a China dobrou suas medalhas de ouro e se tornou a segunda maior potência olímpica. Em Atenas-2004, ganhou 32 ouros, quatro a menos que os EUA. Competindo em casa desta vez, a China pretende chegar ao topo do ranking de medalhas. Como um país que ficou de fora das Olimpíadas entre 1952 e 1984 já chegou tão longe? Se depender da China, dificilmente alguém de fora irá saber a resposta. Até para os padrões da fechada ditadura comunista, a fábrica de medalhas olímpicas é supersecreta. Visitas a centros de treinamento são proibidas, e os diversos especialistas chineses ouvidos pela Folha desconversam, dizendo que a evolução é normal. Mas relatos de vários esportistas indicam a excepcionalidade da preparação chinesa. Medalha de ouro na canoagem em Atenas, Yang Wenjun, 24, admitiu recentemente que há três anos não vê seus pais, enfurnado em um centro de treinamento onde não há televisão e fotos da família são proibidas.Técnico da seleção chinesa de remo, o russo Igor Grinko revelou que preparadores físicos chutavam atletas "moles" na hora de treinar.
Hoje tem especial na Folha sobre a Olimpíada de Pequim. As reportagens que fiz sobre a preparação chinesa você lê aqui:

Nenhum comentário: