sexta-feira, 13 de junho de 2008

Insustentável

No mês do meio ambiente e da Conferência Domus Ambientiae, realizada na semana passada no colégio inicio uma série de posts (alguns como esse já publicados no TKGEO) sobre nossa relação com o meio ambiente e sobre a própria conferência. Aliás para quem quiser um aperitivo sugiro o blog Folha Domus, aberto pelo grupo responsável pela cobertura midiática do evento.


O 3º milênio se inicia conforme anunciado: colocando a humanidade contra a parede. Não dá mais para tentar se enganar e fazer como personagem suicida do imperdível “O ódio” de Mathieu Kassovitz. Na abertura do filme, um coquetel molotov cai lentamente sobre a Terra, enquanto o narrador diz mais ou menos assim: “Essa é história de um homem que se jogou do 50º andar de um prédio e a cada andar que ele passava repetia: Até aqui tudo vai bem, até aqui tudo vai bem, até aqui tudo vai bem... O problema não é a queda, mas a aterrisagem”. O chão está perigosamente perto e talvez já nem haja mais tempo de abrirmos o pára-quedas. A situação simplesmente não se sustenta. Não há como continuarmos retirando recursos naturais na velocidade que o fazemos, e retribuirmos para o meio ambiente bilhões, eu repito bilhões de toneladas de lixo por ano.
E não devemos nos enganar, para mudarmos isso é necessário diminuirmos a quantidade do que consumimos, a velocidade com que consumimos, a qualidade do que consumimos e a forma com que consumimos. Consumir menos coisas. Trocar menos coisas, fazendo-as durar mais. Consumir coisas que façam menos mal a nós mesmos e aos outros seres vivos. Consumir de forma mais igualitária as coisas, afinal se produz em quantidade suficiente para que todos vivam decentemente. Só isso e tudo isso junto é que pode permitir a existência da humanidade por mais alguns séculos. É lamentavelmente irônico que podemos ser a primeira espécie a se auto-extinguir. Logo nós que nos orgulhamos tantos de sermos racionais, pensarmos e planejarmos nossa vidas.

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