domingo, 9 de novembro de 2008

Por que não me entusiasmo com Obama

É óbvio que o simbolismo de termos um Imperador negro já justifica a festa que vem sendo feita pela eleição de Obama. Pensar que a meio século havia banheiros distintos para negros e brancos nos EUA, e hoje o presidente do país é um negro é motivo mais do que justo para comemorarmos.

Isso, porém, no máximo demonstra algumas mudanças positivas por qual o mundo, e os EUA em particular, passaram nas últimas décadas. Não quer dizer que mais mudanças virão. A idéia de que venceu a esperança e que agora as coisas vão melhorar radicalmente me lembra 2002 no Brasil...

Se não fosse assim, poderíamos dizer que tanto faz o fato do novo Imperador ser negro, certo? Afinal, importa o que ele fará e não sua cor, não é mesmo?
Então imaginem que os candidatos tivessem essas feições:



Será que estaríamos comemorando tanto a vitória de Obama? Eu certamente não. Sinceramente, talvez até estivesse lamentando. O que estamos comemorando, então é a eleição de um negro, não de Obama e suas idéias/ideais.

Sobre essas idéias vale atentar para o seguinte: o secretário de Defesa de Bush tem grandes chances de ser mantido.

Como diriam Os Racionais: "Vai pensando que tá bom..."

8 comentários:

Anônimo disse...

´e exatamente igual as an´alises que fazem do michel moore.

a critica interna nos eua tb ´e exportada junto com todo o conglomerado midi´atico.

o gordinho nao questiona o imp´erio e nem nada disso, alias, ´e parte integrante do memos.
´e tao parte integrante que fortalece a id´eia de que o imperio ´e democratico, podendo ser criticado.
critica que inclusive d´a lucro.


abc

Anônimo disse...

´e exatamente igual as an´alises que fazem do michel moore.

a critica interna nos eua tb ´e exportada junto com todo o conglomerado midi´atico.

o gordinho nao questiona o imp´erio e nem nada disso, alias, ´e parte integrante do memos.
´e tao parte integrante que fortalece a id´eia de que o imperio ´e democratico, podendo ser criticado.
critica que inclusive d´a lucro.


abc

Anônimo disse...

´e exatamente igual as an´alises que fazem do michel moore.

a critica interna nos eua tb ´e exportada junto com todo o conglomerado midi´atico.

o gordinho nao questiona o imp´erio e nem nada disso, alias, ´e parte integrante do memos.
´e tao parte integrante que fortalece a id´eia de que o imperio ´e democratico, podendo ser criticado.
critica que inclusive d´a lucro.


abc

Natália Pesciotta disse...

Tarso, não concordo plenamente com você.
Nunca vi nenhum orgulho eufórico por Codolezza Rice, por exemplo. Tá certo que ela não é presidente, mas seu posto é essencial nos EUa dos últimos anos.
Não acho que Obama tenha sido escolhido apenas pela sua cor, mas também por um não-conservadorismo dos americanos. É claro que não haverá revolução alguma, mas entre os dois candidatos, optou-se pelo que ensejava o passo mais diferente no caminho.
Isso é somado ao fato de ser o primeiro presidente negro para a 'fórmula Obama'.
Sabemos que nem tudo está resolvido - os EUA ainda não deixaram de ser um país racista. Várias reportagens mostram pessoas declarando votar em Obama "apesar de ser negro".
Assim, não estou convencida da sua tese....
Um beijo e obrigada pela reflexão...

Tarso Loureiro disse...

Nati, não é bem uma tese, é mais um sentimento. Em relação a Condelleza, além dela não ser presidente, nem sequer ter sido eleita pra nada, ela não é a 1ª a ocupar posto tão importante. Collin Powell, senão me engano ocupava o mesmo posto que ela, e como foi pré-candidato teve recepção mais eufórica. Ambos, porém eram/são "srs. da guerra" e nesse sentido vc tem razão, pois aí importa sim o que Obama pensa a respeito disso.
Porém, me parece que sua (de Obama) posição contrária a guerra (como a dos eua como um todo) é baseada no seu fracasso. Ou seja, se a guerra tivesse mesmo acabado após acharam o Saddam, como declarou Bush à época, provavelmente veríamos outros posicionamentos sobre ela. Invadir países para "garantir" a segurança dos EUA parece ser aceitável. Não conseguir invadi-los direito é que é intolerável.
Outro ponto que acho q vc concordará é que a eleição de Obama me lembrou (além do Lula 2002) essa eleição do Kassab. Muitos de seus votos foram contra o Bush, como aqui foram contra a Marta...
De qq forma, tomara que eu esteja errado e que seu governo marque positivamente muito mais o mundo do que o "simples" fato de ser o 1º negro...
bj

Anônimo disse...

Pois é, o jovem gafanhoto se revela a cada dia. Na sinuca está quase um Rui Chapéu (Aprendeu tudo que sabe comigo - mas não ensinei tudo que sei! rrs), o que acha de marcarmos uma partidinha qualquer hora?
Muito obrigado, de verdade, pelo comentário e com certeza você é um dos tijolos mais bem firmados na parede do castelo!
Abraços, Renato

Anônimo disse...

Que simbolicamente é uma grande vitória para a luta pela igualdade travada pelos negros isso ninguém pode duvidar, a questão é até onde realmente vai a autonomia de Obama - será que vamos ficar só no "simbolicamente"?
O atual contexto das mentalidades no Brasil - e ouso pensar que em quase todo o mundo (especialmente na periferia global) - realmente tende a criar a idéia de um (super)herói na figura de Obama. Aqui em Recife mesmo um conjunto de pessoas "sem teto" invadiu um prédio abandonado, a invasão foi batizada pelos próprios "sem teto" de "Barack Obama". Quer dizer, eu acho que isso reflete bem o que tá acontecendo, parece que precisamos sempre de um herói. Não bastasse a desilusão pós-2002, continuamos a acreditar em mitos de políticos quase divinos que nos ajudarão a sair do buraco. Talvez não mude muita coisa no Brasil, espero que pelo menos nos Estados Unidos as coisas melhorem... Isso é um grande caso de desilusão em potencial, ou tem tudo para ser... o pequeno pedaço mais otimista de mim espera que não.

Anônimo disse...

O Obama ( ou O'Bama para agradar o eleitorado irlandês) ficou a cara do Schwazenegger). E quanto a posições sobre guerras, sugiro a leitura de "Pátria Amada".