quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Parcos sinais de vida
Mas, para dar sinal de vida, resolvi postar o manjadíssimo vídeo em que o ex- Imperador (já é ex faz tempo, pelo menos no mundo simbólico) George W. Bush quase toma uma sapatada no meio da fuça.
E posto porque existem alguns atos cretinos que eu queria ter coragem, oportunidade e ser insano o suficiente para cometê-los. Mandar duas sapatadas no pior Imperador do Ocidente desde Kennedy é certamente um desses atos.
Em tempo: tenho uma série de posts idealizados para o natal e mais as necessárias postagens dos maravilhosos trabalhos dos terceiros anos. Não sei se terei tempo de fazer isso ainda esse ano. caso não consiga: Bom natal e um 2009 cheio de realizações, saúde e crescimento para todos os companheiros de trincheira na luta por uma vida menos ordinária!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Eu já sabia!

E provo que é verdade. Em 03/10 eu cravei que levaríamos o TRI com Grêmio, Palmeiras e Cruzeiro levando as vagas da Libertadores.
A sala de troféus do Morumbi, ops, MorumTRI, é como a Sagrada Família do Gaudí, eternamente em obras...

Drogas e normalidade na atualidade
Nos últimos dias encontrei duas coisas que me fizeram pensar sobre a forma com que nossa sociedade impõe uma normalidade "feliz" e usa as drogas para isso (especialmente as legalizadas e "medicinais", é bom que se diga...).
A primeira foi essa tirinha do absurdamente sensacional Rafael Sica.

E a outra, que achei no Curto e Grosso, foi essa animação sobre como seria se o Calvin existisse na vida real. Tristemente verdadeiro.

sábado, 22 de novembro de 2008
Faça amor, não faça guerra
É isso que eu chamo de "botar ordem no galinheiro".

segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Palavras otimistas
O vídeo abaixo, sampleado do kibeloco, é de um programa de entrevistas italiano. O entrevistado é o ex-primeiro ministro e ex-presidente do Senado italiano, Giulio Andreotti. Perguntado pela apresentadora o que tinha a dizer sobre o futuro das crianças saiu-se com essas palavras otimistas e encorajadoras...

domingo, 9 de novembro de 2008
Por que não me entusiasmo com Obama
Isso, porém, no máximo demonstra algumas mudanças positivas por qual o mundo, e os EUA em particular, passaram nas últimas décadas. Não quer dizer que mais mudanças virão. A idéia de que venceu a esperança e que agora as coisas vão melhorar radicalmente me lembra 2002 no Brasil...
Se não fosse assim, poderíamos dizer que tanto faz o fato do novo Imperador ser negro, certo? Afinal, importa o que ele fará e não sua cor, não é mesmo?
Então imaginem que os candidatos tivessem essas feições:

Será que estaríamos comemorando tanto a vitória de Obama? Eu certamente não. Sinceramente, talvez até estivesse lamentando. O que estamos comemorando, então é a eleição de um negro, não de Obama e suas idéias/ideais.
Sobre essas idéias vale atentar para o seguinte: o secretário de Defesa de Bush tem grandes chances de ser mantido.
Como diriam Os Racionais: "Vai pensando que tá bom..."

sexta-feira, 7 de novembro de 2008
"O que você vai ser quando crescer?"

Procura igualar suas falhas a dos outros ou diferenciá-las?
Afinal: De que lado você samba? De que lado você vai sambar?
Obs de sempre: clique na imagem que dá pra ver melhor.

Ainda Barack Obama...
Sampledo na íntegra da Revista Zé Pereira.
Por: Luiz Bello
Obama é melhor que Eto'o?
Ele é moderado. Ele é uma ponte entre as raças, e não a afirmação de uma delas. Ele é democrata, portanto mais protecionista que os republicanos. Ele é fruto da política de ações afirmativas dos EUA.

Enfim… ele ganhou. A esperança venceu o cinismo. Pelo menos hoje. Isso já vale uma cerveja. Preta? Gelada.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Direto da trincheira...

... Até a vitória, sempre!

Vitórias, mudanças e ilusões

Legal que seja um cara negro e tal, mas acreditar que muitas mudanças vem por aí, não sei não, me lembra de duas perguntas que são, há qualquer hora, muitos pertinentes:
1. "Há quem serve essa idéia?" (B Brecht)
2. "Do que riem tanto essas pessoas? Seria de nós?" (Anônimo)



Gabarito - simulado interno

Se tiverem dúvidas quanto a correção podem deixar nos comentários que eu respondo, mas vocês podem também me procurar no colégio...
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Tempo, tempo, tempo...
Algumas coisas, no entanto mudam mais rapidamente do que outras e os avanços em telecomunicações são exemplos sensacionais. Pois bem, mês passado o celular fez 25 anos, e damos os parabéns ao primeiro tijolo portátil de telecomunicação do mundo.
Olha só o tamanho da criança, e reparem também no visual da propaganda, o jipão esporte, os cabelos e roupas, o suspensório, tudo bem anos 80... E tem gente que tem saudade, vai entender...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Livros de primeira às segundas
Fernando Pessoa é outro desses gênios (talvez o maior da língua portuguesa), e tudo o que ele escreveu vale a pena, até porque, como ele nos ensinou "tudo vale a pena se a alma não é pequena".
O vídeo aí debaixo é uma interpretação do "Poema em linha reta". Eu acho que é o Jô declamando, mas tudo bem, está legal mesmo assim. "Ah, eu, tantas vezes vil..."
Para comprar "O livro do desassossego" (onde tem esse poema) na Cultura, clique aqui. Para comprar o cd com interpretações do Paulo Autran (esse é demais queridos, não percam!) com o "poema em linha reta" e outros, clique aqui.
Semana que vem coloco um Vinícius para ajudar os meninos a encantar as cabrochas por aí...

sexta-feira, 31 de outubro de 2008
"O que vai ser quando crescer?"

E aí? De que lado você samba? De que lado você vai sambar?
Obs. de sempre: clique na imagem que dá pra ver melhor.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Para refletir sobre as campanhas publicitárias dos candidatos no Brasil

quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Capitalismo, mais-valia e exploração do trabalho
A propriedade privada, por sua vez permite uma série de relações que são tipicamente capitalistas. Uma das mais importantes é a relação entre Capital e Trabalho. De forma bem simplista podemos dizer que os donos do capital (os burgueses) arriscam seu patrimônio, ou parte dele, em empreendimentos (empresas) que visam aumentar seu capital. Só que para conseguir seu objetivo (ficar mais ricos) os burgueses precisam que suas empresas produzam riquezas para a sociedade, que paga por elas. Para isso contratam trabalhadores que fabricando mercadorias ou prestando serviços produzem riqueza. A riqueza produzida por esses trabalhadores, no entanto, não fica com eles, mas com os donos da empresa. Em troca de suas horas de trabalho os trabalhadores recebem um salário que é necessariamente menor que a quantidade de riqueza produzida por eles mesmos, sob a pena do capitalista falir, ou não ter renda. Se ele paga tudo o que os trabalhadores produzem não sobra nada para ele. A tirinha abaixo, com um tom meio socialista explica bem a relação.

Vale lembrar que em tese os capitalistas arriscam seu patrimônio e se o empreendimento der errado eles perdem seus investimentos. Isso é básico no capitalismo que defende a concorrência e a meritocracia (os melhores vencem e merecem mais coisas por isso). Mas, não é o que vem acontecendo com as grandes instituições financeiras na atual crise econômica...
Obs de sempre: clique na imagem que dá pra ver melhor.

Mudanças na organização do trabalho

É pensando assim que a Google organiza seus escritórios que contam com fliperama, Wii, e um monte de outros "atrativos". O vídeo abaixo é uma espécie de classificado para quem quer trabalhar na empresa. Reparem que a oferta de emprego é vendida como uma oportunidade, sobretudo de se divertir...
Tudo muito bom, tudo muito bem, mas não esquecemos que isso é feito para que os trabalhadores deem ainda mais lucro para a empresa produzindo ainda mais riqueza. Ou seja, não se deixe enganar pela propaganda. É trabalho, não férias. Tem que produzir, e bem mais do que o salário senão a Baia volta a ficar vaga...

terça-feira, 28 de outubro de 2008
Arte, intervenção urbana e apropriação do espaço

Na semana passada um grupo de pesoas que se intitulam Grupoarac, fez uso de sua criatividade e cidadania e apropriou-se de um espaço vazio da Bienal, colando uma série de stickers nas paredes internas do prédio (clique aqui para matéria da Folha). Domingo, numa ação mais incisiva, o mesmo andar prédio foi pichado. O "sticker" é um tipo de intervenção urbana, como o grafite, que ganhou as ruas de São Paulo, especialmente a região da rua Augusta, há cerca de quatro anos. Feito de papel adesivo ou comum, os "stickers" trazem desenhos de seus autores e estão espalhados por outras metrópoles.

Outra forma de apropriação do espaço com cores e tintas é o stencil (aqui para a página stencilbrasil, com várias imagens de stencil pelo Brasil).

Não vem ao caso se você gosta de um trabalho e não de outro (eu gostei dos stickers, mas não da pichação). Ou mesmo se acha tudo feio. A questão é que essas pessoas não aceitam deixar a cidade ao 'Deus dará', ou apenas nas mãos dos governantes e da iniciativa privada. Eles sabem que a cidade é sua também e como verdadeiros donos do território o decoram e utilizam da forma que lhes parece mais adequada. Sem fazer uso de violência e provocando (ou tentando) uma reflexão coletiva sobre o uso de nossos espaços públicos, esses companheiros de trincheira sabem que, quer queiram, quer não, quer gostem quer não: É TUDO NOSSO!!!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Parabéns e bem-vindos ao seu lugar!
Acabou o calvário. O Corinthians está de volta ao seu lugar!
Parabéns aos jogadores, ao clube e principalmente a torcida que com média superior a 25.000 pagantes por jogo ajudou a reconduzir o time até onde ele nunca deveria ter saído.
Foi legal ver o Corinthians cair e muito legal que tenha subido no campo. Admitamos: A série A é maior com o Corinthians.
Ano que vem a luta pelo vice-campeonato ganha mais um forte concorrente...
Dedicado aos cunhados e irmãos Fabião e Victor.

Livros de primeira às segundas
O livro de hoje é "O Presidente Negro" um romance de ficção científica de 1926 escrito por ninguém menos que Monteiro Lobato. O clipe aí debaixo é um dos mais legais que já vi e conta com uma música bem bacana da banda Cansei de Ser Sexy. Como toda boa ficção científica o livro tem umas visões um tanto proféticas...
E aí? Vai continuar só no Harry Porter ou vai dar uma chance para um grande escritor brasileiro? Para adquirir seu exemplar pela livraria Cultura clique aqui.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008
"O que você vai ser quando crescer?"
A questão "vai fazer o que da vida?" vai muito além da escolha da profissão/curso universitário, até por que todos estamos escolhendo o que fazer da vida diariamente. Trata-se sobretudo de escolha de prioridades, que são guiados por valores. O que você está valorizando ao escolher suas prioridades? Que tipo de mundo essas suas escolhas ajudam a construir? Como você toma suas decisões?
É a velha e ótima pergunta de sempre: De que lado você samba?
De que lado você vai sambar?
A primeira postagem da série vem generosa. Uma trinca de tiras dos craques: Rafael Sica, André Dahmer, e Laerte.



Bom fim de semana a todos.

Questiono, logo existo
Assim, para manter o mínimo de regularidade, sigo sampleando meus mestres e me aproveito mais uma vez do generoso arquivo do TKGEO.
A dica dada pelo companheiro de trincheira radicado na Alemanha é “O homem Urso”, documentário dirigido por Werner Herzog. Trata da empreitada de Timothy Treadwell, que ia para o Alasca no verão a fim de proteger e viver com os ursos, e acaba sendo comido por um após 13 anos de idas e vindas. É amigos, é Alasca não Animal Planet. Ou como ensinam Os Racionais: "Aqui é Capão Redondo, truta, não Pokémon".

Polêmicas a parte, o filme tem 3 pontos fundamentais. 1- O papel dos ecologistas e as formas de lutas; 2- A tênue diferença entre idealismo, loucura e inocência da parte de Timothy. Enquando ele falava para sua própria câmera, transparece uma candura poucas vezes vistas, parecia um anjo ensandecido, cheio de razão e intoxicado com doses cavalares de bondade. De fato, emocionante; 3- para quem gosta de cinema, vale a pena refletir em como o diretor conduz a imagem do Timothy, deixando o espectador sem saber se o cara é louco, idealista ou ingênuo.

A história de Timothy deixa alguns questionamentos. Certas perguntas são tão pertinentes que resistem ao tempo. "De onde viemos? para onde vamos?" e outras trancendentais são algumas delas. No entanto a que tem mais me atormentado (e parece que a banqueiros, especuladores e outras aves de rapina perdidas na crise financeira) ficou famosa há pouco mais de um século, no título de um livro de um homem que pretendia mudar o mundo e para isso adotou o codinome de Lenin.
Sua questão continua sem reposta e é repetida por vários companheiros de trincheira na luta por uma vida menos ordinária:
"O que fazer?"

segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Livros de primeira às segundas
Acho que uma boa forma (embora muitas vezes impossível) de se familiarizar e gostar de um autor é começar pelos seus contos. Machado de Assis por exemplo, só começou a me fascinar com "O Alienista".
A indicação de hoje é "Menina a Caminho" do Raduan Nassar. A curiosa e improvável história desse escritor de origem libanesa é contada no clipe, mas, certamente é uma leitura para quem não tem medo de olhar para um livro e, mais do que palavras, encontrar reflexos do mundo e de si próprio...
Gostou? Quer comprar? Clique aqui para comprá-lo pela Livraria Cultura.

domingo, 19 de outubro de 2008
Pacote de salvação dos bancos e ingenuidades
Mas, não consigo me conformar que de uma hora para outra surgiram trilhões, repito amigos, trilhões de dólares para salvar bancos que simplesmente quebraram por estimular e viver numa ciranda financeira irracional e que não trouxe maiores melhorias de vida para o grosso da população mundial.
Vale dizer que não acredito em cálculos simplistas que algumas ongs e até a ONU às vezes soltam sobre quanto seria necessário para acabar com a fome no mundo. Porém, como pode tamanha agilidade num caso e morosidade no outro? É esse o centro da indagação do texto do Neto, que achei no blog do Tas e reproduzo abaixo, e de certa forma é também o assunto da tira do ótimo Dhamer.

Vou fazer um slideshow para você.
Está preparado? É comum, você já viu essas imagens antes.
Quem sabe até já se acostumou com elas.
Começa com aquelas crianças famintas da África.
Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele.
Aquelas com moscas nos olhos.
Os slides se sucedem.
Êxodos de populações inteiras.
Gente faminta.
Gente pobre.
Gente sem futuro.
Durante décadas, vimos essas imagens.
No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto.
Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados.
São imagens de miséria que comovem.
São imagens que criam plataformas de governo.
Criam ONGs.
Criam entidades.
Criam movimentos sociais.
A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em
Bogotá sensibiliza.
Ano após ano, discutiu-se o que fazer.
Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se
sucederam nas nações mais poderosas do planeta.
Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o
problema da fome no mundo.
Resolver, capicce?
Extinguir.
Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em
nenhum canto do planeta.
Não sei como calcularam este número.
Mas digamos que esteja subestimado.
Digamos que seja o dobro.
Ou o triplo.
Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.
Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse.
Não houve documentário, ong, lobby ou pressão que resolvesse.
Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Vamos passear no Parque?
No entanto, o retrospecto recente dos confrontos São Paulo x Palmeiras no Palestra explicam a confiança da torcida que mais cresce no Brasil.
Se não me falha a memória, foram 5 jogos no Palestra desde 2000 (fiz uma pesquisa desleixada, se estiver esquecendo algum jogo me corrijam nos comentários que eu atualizo aqui).
Em 2000 o jogo foi eliminatório pela Copa do Brasil. Resultado 3x2 para o Maior de Todos com gol de letra do Raí.
Depois, muitos anos sem jogos lá e o retorno em 2005, pela Libertadores. Sobre o jogo basta um nome: Cicinho.
No ano seguinte, mais um confronto pela Libertadores e um empate: 1x1.
Em 2007, o Palmeiras usou seu direito e levou o jogo do 2º turno do brasileiro para o Parque Antártica. Resultado? Mais uma vitória do Tricampeão do mundo. 1x0 - Jorge Wagner.
Nesse ano, enfim o Palmeiras derrotou o São Paulo em seus domínios no século XXI no jogo que levou o Palmeiras a final do paulistinha e ficou marcado pelo episódio do gás no vestiário, e pelo triste apagar das luzes no final do jogo, quando o Tricampeão mundial pressionava, buscando o 11º triunfo em mata-matas em 12 disputados! Sim meus senhores, a freguesia é desse tamanho, para comprovar basta clicar aqui (matéria da uol).
Meu palpite para domingo: empate fora de casa e sonho do título mantido.
Certeza: jogo eletrizante e muuuuuuuuito nervosismo!
Bom fim de semana a todos!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Especulação e mercado


Vestidos, primaveras e a beleza das flores nas ruas
O texto fala de uma suposta, e por mim aguardada, volta dos vestidos às ruas. Um dos motivos de eu amar a primavera é que a estação, ao trazer de volta o calor, faz as flores desebrocharem e deixa todos (todas, mas especialmente) mais bonitos. E poucas coisas deixam uma mulher mais bonita e sensual do que um vestido. Pelo menos é isso que eu e o Xico Sá achamos...
OPERAÇÃO VVV -VESTIDO, VERÃO & VINGANÇA

Tubinhos, pretinhos básicos, com e sem alça, os brejeiros de chita. E o tomara-que-caia, amigo, você já testemunhou a queda de pelo menos um desses na vida? É lenda da alta e da baixa costura. Por mais que seque, nunca vi uma peça do gênero promover-nos um alumbramento.
Ei, você ai, de cabelos brancos na fronte do artista, você mesmo, rapaz, deve se lembrar muito bem daquele que Sonia Braga vestia quando escalou o telhado, em Gabriela Cravo e Canela, no tempo em que rolava a novela das dez, recorda?
Alvíssaras, meu camarada, os vestidos voltaram à praça. A vingança. Não que tivessem sumido da história, das ruas, das festas, repartições e firmas. Mas andavam em baixa, suplantados pela praticidade burocrática das Evas modernas e suas calças, suas saias austeras e seus tailleurs, essas peças apolíneas que batem a carteira de Vênus, roubam a alma de Eros...
De tão neoliberais, os tailleurs são capazes de sair sozinhos para o trabalho....
Talvez tenha sido necessário, fazer o quê?, a onda recente de desfiles de moda de Nova York, Londres, Milão e Paris, para alertar para uma necessidade mais do que extremada: o retorno do vestido como peça sagrada e quase segunda pele das mulheres.
Tudo fica mais estranho ainda quando as passarelas começam a entender um pouco os homens héteros. Mas não deixa de ser um ótimo sintoma dos tempos.

Talvez a indústria da moda esteja pagando por todos os pecados anteriores. Redime-se lindamente do quanto enfeiou as belas mulheres.
Nada nos cai tão bem ao desejo quanto um vestido.
Todo homem ama passear com uma mulher com a mais linda dessas peças. Mesmo os mais machões, que fingem ignorar a vestimenta da fêmea _reservando-se apenas a dar chiliques quando as vestes são muitas curtas.
Seja um Versace, que custa os olhos da cara, seja um baratinho de chita.

Homem que é homem, seja de Paris, Nova York ou do sertão dos Cariris, como o meu avô João Patriolino, vai à Maison, às Casas Pernambucanas ou à feira do seu município e traz uma bela peça ou um corte de tecido de presente para a amada. Até mesmo o Fabiano, que mal tinha um cobre no bolso, persona do livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, voltava da cidade com um corte de pano estampado para a sua mulherzinha magra, só o couro e o osso.
Mas mesmo que nos falte a devoção do presente, tudo indica que vocês, belas fêmeas, irão desfilar nos próximos verões com feminilíssimos vestidos.
Será lindo!
Até o velho e bom pretinho básico, que está em voga desde 1926, quando Chanel o desenhou pela primeira vez para a Vogue, agora reaparece revigorado. Percebeu como manjo, Bibi Vestidinho?
V de verão e V de vestido para deixar mais faceiras as gazelas, para dar mais graça às cheinhas, para realinhar a beleza nobre das afilhadas de Balzac...

A peça nos põe, homens de todas as gerações e gostos, mais românticos. O mais tosco dos canalhas sucumbe como um romeiro de joelhos diante da santa.
Se for uma peça que deixe à mostra as saboneteiras, meu Deus, que lindo vexame! E uma mulher com o joelho à mostra... nas cidades mais frias que sempre exigem roupas mais compostas?
Noooooosssssaa!, como diria o velho Costinha.
Ora, você nem carece ser a mais bela por completo, isso é utopia e ditadura de & modinhas, você carece ter apenas uma linda parte pelo todo, como aquela figura de linguagem, a tal da metonímia que aprendemos no colégio.

Mulher é parte pelo todo. Uma linda omoplata, um pescoço, ombrinhos, pés, calcanhares mais lindos, batatas de pernas invejáveis, belos braços...
Aí ficará ainda mais linda de vestido, ao contrário das calças e outras tantas armaduras medievais que escondem o que nos enlouquece, o melhor dos nossos mundos.
Esconder, achando que pode ser vantajoso depois, é besteira. O charme é mostrar-se, ter a coragem, mesmo com o que você supõe ser uns quilinhos a mais. Na balança das nossas retinas e trenas, isso pode ter importância de menos, quase nada, alguns gramas de preconceito e baitolice na cabeça de homens que já não valiam a pena mesmo.


quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Homenagem aos professores
Por: Thiago Koutzii
Buenos chicos y chicas, estou pensando no que postar sobre os dias dos professores desde sexta feira, algo que não pareça nem com heroísmo e nem com vitimização.Não achei nada ideal até agora, então, para iniciar os festejos, seguem imagens do que eu acho importante para nós professores, que evidentemente, não se restringem aos que estão na sala de aula.
Mais um elo da corrente.

Escaladores de paredes.

Usam ou deveria usar lentes coloridas para ver/mostrar o mundo.

Pacientes.

Semeadores da discórdia.

Duas férias no ano.

Estimuladores de sonhos.

Guerreiros.

Fazedores de som.

Tendo muito que aprender.

Estabelecer novas e variadas conexões.

Vida loka.

Atormentar quem merece.

Criadores de suspense.

Levando a vida e os motivos pelo qual lutamos por ela, por um fio.

Bom Dia dos Professores e parabéns a todos que fazem de suas profissões/vidas um instrumento de luta para uma vida menos ordinária!
É tudo nosso!

terça-feira, 14 de outubro de 2008
Uma cidade melhor não privilegia os carros
No meu entender, a principal razão disso é que São Paulo, como quase todas as grandes cidades do Brasil e do mundo, coloca como prioridade na constante reformulação de seus espaços, os automóveis. Nossos dois maiores rios, por exemplo, que poderiam ser os locais mais agradáveis da cidade, fonte de lazer popular e democrático são esgotos a céu aberto e, principalmente, as principais artérias de transporte rápido e individual da cidade.


A mudança desse estado de coisas pode muito bem começar por você, se apropriando do espaço público como sugeri num post passado, deixando o carro de lado e usando mais seu corpo para se locomover. Acredite: o que parece longe e íngreme hoje, vai parecer perto e uma subidinha leve amanhã. E o que é melhor: a calça que parece apertada hoje, via lhe cair muito bem amanhã...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Livros de primeira às segundas
A idéia de fazer o clipe em HQ é boa, pois o livro tem imagens muito fortes. Agora para ficar a altura da empreitada só o Frank Miller mesmo...
Mais uma vez, para comprar agora mesmo (edição Cia das Letras) clique aqui.
Se quiser tem também para baixar em PDF aqui.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Sexta de Primavera
Assim a dica dessa sexta é alto astral e valiosa como uma orquídea rara: Barbatuques!
Aqui para ver o perfil no myspace.
Aqui o site oficial.
E aqui para baixar o excelente disco Corpo do som.
Como é possível ver no vídeo aí em cima os caras fazem seu som usando praticamente só o corpo, numa técnica muito bem explorada pelo Bobby Mcferrin.
Se não conhecem o grupo deixem de preguiça e baixem o disco que é satisfação garantida ou seus megabytes de volta.
Bom fim de semana a todos!

A cidade é para pessoas ou É tudo nosso!
Reparem no seguinte: a cidade é para pessoas e não coisas ou carros, e essas pessoas estão lá para tentar ser felizes, e não para correr de um lado para outro sem poder se apropriar da paisagem. Sim, porque se apropriar do território é algo que permite às pessoas criarem laços de pertencimento a comunidade e a localidade que são essenciais para que nos sintamos bem onde estamos e assim possamos tentar ser felizes, o que já não é tarefa das mais fáceis...
E isso cria um ciclo virtuoso, pois quando sentimos que um espaço é nosso (nossa casa, por exemplo) cuidamos mais dele, fazemos ele ficar mais agradável, ficamos mais felizes, e aumentamos nossos laços com esse espaço e cuidamos ainda mais dele...
Assim, para tornar nossa cidade mais agradável é imprescindível que nos apropriemos dos espaços urbanos, que não usemos as vias da cidade apenas como caminhos para nos levar do ponto A para o ponto B, mas que sintamos que o caminho é também uma extensão da nossa casa.
Para isso vale tudo: ficar na rua conversando sentado num muro ou num banco; andar de cabeça erguida e tranquilo pelas calçadas; comprar pãozinho sempre na mesma padoca; adotar uma árvore; se negar a jogar lixo na rua... e pintar as paredes do seu jeito só para ficar mais bacana!

É esse tipo de arte e intervenção urbana que o BluBlu faz.
Essas ações que tem um que de desobediência civil podem ter muitas mensagens diferentes, mas todas elas nos lembram uma outra coisa óbvia, mas igualmente necessária de se reafirmar:
É tudo nosso!!
obs: para quem gostou das imagens, muito mais aqui.
