sexta-feira, 31 de outubro de 2008

"O que vai ser quando crescer?"

Dando continuidade à série de tiras (em homenagem aos vestibulandos do Domus) para pensarmos nas escolhas que fazemos da e na nossa vida (profissional), mais uma do Dhamer.


E aí? De que lado você samba? De que lado você vai sambar?

Obs. de sempre: clique na imagem que dá pra ver melhor.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Para refletir sobre as campanhas publicitárias dos candidatos no Brasil

Sampleado na íntegra do blog do Tas

Por: Marcelo Tas

O blog da filha do McCain



Sim, ela é loira e inteligente. E também gordinha, sexy e sirigaita: uma espécie de Branca Gil norte-americana. Porque ela é Meghan, filha do "cumpanheiro" John McCain, candidato a presidente dos EUA. A mocinha está na estrada com o candidato desde o início da campanha. Junto com dois amigos, produz videos e textos para um blog de apoio a papai, evidentemente.


Alguns vídeos bem bizarros como o acima, que mostra ex-veteranos de guerra, hoje motociclistas que saúdam o candidato roncando os motores de suas possantes motobikes.Blogette é nome do blog e vale uma visita. Lá tem coisas que duvido você veria numa campanha brasileira, totalmente dominada por marketeiros e paranóia: como essa foto de mamãe McCain em roupão de banho vendo a filha blogar direto do quarto do hotel.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Capitalismo, mais-valia e exploração do trabalho

Em sala de aula vimos que uma das características básicas do capitalismo é a desigualdade social. A diferença de bens entre as pessoas se apóia na noção de propridade privada. Para que uns tenham mais que outros é necessário que haja o direito de ter, ou seja, o direito de possuir uma propriedade privada.


A propriedade privada, por sua vez permite uma série de relações que são tipicamente capitalistas. Uma das mais importantes é a relação entre Capital e Trabalho. De forma bem simplista podemos dizer que os donos do capital (os burgueses) arriscam seu patrimônio, ou parte dele, em empreendimentos (empresas) que visam aumentar seu capital. Só que para conseguir seu objetivo (ficar mais ricos) os burgueses precisam que suas empresas produzam riquezas para a sociedade, que paga por elas. Para isso contratam trabalhadores que fabricando mercadorias ou prestando serviços produzem riqueza. A riqueza produzida por esses trabalhadores, no entanto, não fica com eles, mas com os donos da empresa. Em troca de suas horas de trabalho os trabalhadores recebem um salário que é necessariamente menor que a quantidade de riqueza produzida por eles mesmos, sob a pena do capitalista falir, ou não ter renda. Se ele paga tudo o que os trabalhadores produzem não sobra nada para ele. A tirinha abaixo, com um tom meio socialista explica bem a relação.

Vale lembrar que em tese os capitalistas arriscam seu patrimônio e se o empreendimento der errado eles perdem seus investimentos. Isso é básico no capitalismo que defende a concorrência e a meritocracia (os melhores vencem e merecem mais coisas por isso). Mas, não é o que vem acontecendo com as grandes instituições financeiras na atual crise econômica...

Obs de sempre: clique na imagem que dá pra ver melhor.



Mudanças na organização do trabalho

Vimos que a nossa sociedade industrial vive procurando novas formas de aumentar a produtividade do trabalho a fim de produzir mais riqueza, num tempo menor e com menores custos. O fordismo e o toyotismo trouxeram inovações técnicas que possibilitaram grandes ganhos de produtividade, aumentando inclusive a exploração do trabalho, uma vez que a massa salarial nunca aumentou na mesma proporção que esses ganhos em produtividade.

Pois bem, atualmente as empresas mais antenadas com esses avanços da cadeia produtiva tem percebido que um ambiente de trabalho acolhedor, uma boa assistência médica, salários minimamente decentes e até gastos com o lazer do funcionário são, antes de mais nada, investimentos em produtividade. Trabalhadores sadios e bem alimentados faltam menos; um local de trabalho bacana faz com que as horas-extras não sejam motivo de tanta reclamação, e principalmente, empregado que "veste a camisa" da empresa traz muito mais lucros para a mesma!
É pensando assim que a Google organiza seus escritórios que contam com fliperama, Wii, e um monte de outros "atrativos". O vídeo abaixo é uma espécie de classificado para quem quer trabalhar na empresa. Reparem que a oferta de emprego é vendida como uma oportunidade, sobretudo de se divertir...



Tudo muito bom, tudo muito bem, mas não esquecemos que isso é feito para que os trabalhadores deem ainda mais lucro para a empresa produzindo ainda mais riqueza. Ou seja, não se deixe enganar pela propaganda. É trabalho, não férias. Tem que produzir, e bem mais do que o salário senão a Baia volta a ficar vaga...

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Arte, intervenção urbana e apropriação do espaço


Na semana passada um grupo de pesoas que se intitulam Grupoarac, fez uso de sua criatividade e cidadania e apropriou-se de um espaço vazio da Bienal, colando uma série de stickers nas paredes internas do prédio (clique aqui para matéria da Folha). Domingo, numa ação mais incisiva, o mesmo andar prédio foi pichado. O "sticker" é um tipo de intervenção urbana, como o grafite, que ganhou as ruas de São Paulo, especialmente a região da rua Augusta, há cerca de quatro anos. Feito de papel adesivo ou comum, os "stickers" trazem desenhos de seus autores e estão espalhados por outras metrópoles.


Outra forma de apropriação do espaço com cores e tintas é o stencil (aqui para a página stencilbrasil, com várias imagens de stencil pelo Brasil).


Não vem ao caso se você gosta de um trabalho e não de outro (eu gostei dos stickers, mas não da pichação). Ou mesmo se acha tudo feio. A questão é que essas pessoas não aceitam deixar a cidade ao 'Deus dará', ou apenas nas mãos dos governantes e da iniciativa privada. Eles sabem que a cidade é sua também e como verdadeiros donos do território o decoram e utilizam da forma que lhes parece mais adequada. Sem fazer uso de violência e provocando (ou tentando) uma reflexão coletiva sobre o uso de nossos espaços públicos, esses companheiros de trincheira sabem que, quer queiram, quer não, quer gostem quer não: É TUDO NOSSO!!!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Parabéns e bem-vindos ao seu lugar!



Acabou o calvário. O Corinthians está de volta ao seu lugar!

Parabéns aos jogadores, ao clube e principalmente a torcida que com média superior a 25.000 pagantes por jogo ajudou a reconduzir o time até onde ele nunca deveria ter saído.
Foi legal ver o Corinthians cair e muito legal que tenha subido no campo. Admitamos: A série A é maior com o Corinthians.

Ano que vem a luta pelo vice-campeonato ganha mais um forte concorrente...



Dedicado aos cunhados e irmãos Fabião e Victor.

Livros de primeira às segundas

Mais uma vez, confesso que não li a obra de hoje. Mas certamente farei em breve, pois até já comprei meu exemplar...

O livro de hoje é "O Presidente Negro" um romance de ficção científica de 1926 escrito por ninguém menos que Monteiro Lobato. O clipe aí debaixo é um dos mais legais que já vi e conta com uma música bem bacana da banda Cansei de Ser Sexy. Como toda boa ficção científica o livro tem umas visões um tanto proféticas...


E aí? Vai continuar só no Harry Porter ou vai dar uma chance para um grande escritor brasileiro? Para adquirir seu exemplar pela livraria Cultura clique aqui.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

"O que você vai ser quando crescer?"

Essa série de postagens com tiras é dedicada aos alunos vestibulandos do Domus.

A questão "vai fazer o que da vida?" vai muito além da escolha da profissão/curso universitário, até por que todos estamos escolhendo o que fazer da vida diariamente. Trata-se sobretudo de escolha de prioridades, que são guiados por valores. O que você está valorizando ao escolher suas prioridades? Que tipo de mundo essas suas escolhas ajudam a construir? Como você toma suas decisões?

É a velha e ótima pergunta de sempre: De que lado você samba?
De que lado você vai sambar?

A primeira postagem da série vem generosa. Uma trinca de tiras dos craques: Rafael Sica, André Dahmer, e Laerte.









Bom fim de semana a todos.

Questiono, logo existo

Mais uma sexta-feira. Se para alguns isso é sinal de tempo para fazer as coisas, eu, infelizmente, não reparto desse delicioso sentimento. Semana de correria total sem perspectivas de melhora até, sei lá, julho do ano que vem...
Assim, para manter o mínimo de regularidade, sigo sampleando meus mestres e me aproveito mais uma vez do generoso arquivo do TKGEO.

A dica dada pelo companheiro de trincheira radicado na Alemanha é “O homem Urso”, documentário dirigido por Werner Herzog. Trata da empreitada de Timothy Treadwell, que ia para o Alasca no verão a fim de proteger e viver com os ursos, e acaba sendo comido por um após 13 anos de idas e vindas. É amigos, é Alasca não Animal Planet. Ou como ensinam Os Racionais: "Aqui é Capão Redondo, truta, não Pokémon".


Polêmicas a parte, o filme tem 3 pontos fundamentais. 1- O papel dos ecologistas e as formas de lutas; 2- A tênue diferença entre idealismo, loucura e inocência da parte de Timothy. Enquando ele falava para sua própria câmera, transparece uma candura poucas vezes vistas, parecia um anjo ensandecido, cheio de razão e intoxicado com doses cavalares de bondade. De fato, emocionante; 3- para quem gosta de cinema, vale a pena refletir em como o diretor conduz a imagem do Timothy, deixando o espectador sem saber se o cara é louco, idealista ou ingênuo.


A história de Timothy deixa alguns questionamentos. Certas perguntas são tão pertinentes que resistem ao tempo. "De onde viemos? para onde vamos?" e outras trancendentais são algumas delas. No entanto a que tem mais me atormentado (e parece que a banqueiros, especuladores e outras aves de rapina perdidas na crise financeira) ficou famosa há pouco mais de um século, no título de um livro de um homem que pretendia mudar o mundo e para isso adotou o codinome de Lenin.
Sua questão continua sem reposta e é repetida por vários companheiros de trincheira na luta por uma vida menos ordinária:

"O que fazer?"

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Livros de primeira às segundas

O livro de hoje é o primeiro aqui nesse espaço que eu não li. Mas como é de contos, e de um autor que vale conhecer, faço a indicação.
Acho que uma boa forma (embora muitas vezes impossível) de se familiarizar e gostar de um autor é começar pelos seus contos. Machado de Assis por exemplo, só começou a me fascinar com "O Alienista".
A indicação de hoje é "Menina a Caminho" do Raduan Nassar. A curiosa e improvável história desse escritor de origem libanesa é contada no clipe, mas, certamente é uma leitura para quem não tem medo de olhar para um livro e, mais do que palavras, encontrar reflexos do mundo e de si próprio...



Gostou? Quer comprar? Clique aqui para comprá-lo pela Livraria Cultura.

domingo, 19 de outubro de 2008

Pacote de salvação dos bancos e ingenuidades

Eu sei que se deixássemos os bancos quebrarem, todos sofreríamos demais, a miséria provavelmente aumentaria etc...
Mas, não consigo me conformar que de uma hora para outra surgiram trilhões, repito amigos, trilhões de dólares para salvar bancos que simplesmente quebraram por estimular e viver numa ciranda financeira irracional e que não trouxe maiores melhorias de vida para o grosso da população mundial.

Vale dizer que não acredito em cálculos simplistas que algumas ongs e até a ONU às vezes soltam sobre quanto seria necessário para acabar com a fome no mundo. Porém, como pode tamanha agilidade num caso e morosidade no outro? É esse o centro da indagação do texto do Neto, que achei no blog do Tas e reproduzo abaixo, e de certa forma é também o assunto da tira do ótimo Dhamer.


Vou fazer um slideshow para você.
Está preparado? É comum, você já viu essas imagens antes.
Quem sabe até já se acostumou com elas.
Começa com aquelas crianças famintas da África.
Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele.
Aquelas com moscas nos olhos.
Os slides se sucedem.
Êxodos de populações inteiras.
Gente faminta.
Gente pobre.
Gente sem futuro.
Durante décadas, vimos essas imagens.
No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto.
Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados.
São imagens de miséria que comovem.
São imagens que criam plataformas de governo.
Criam ONGs.
Criam entidades.
Criam movimentos sociais.
A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em
Bogotá sensibiliza.
Ano após ano, discutiu-se o que fazer.
Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se
sucederam nas nações mais poderosas do planeta.
Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o
problema da fome no mundo.
Resolver, capicce?
Extinguir.
Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em
nenhum canto do planeta.
Não sei como calcularam este número.
Mas digamos que esteja subestimado.
Digamos que seja o dobro.
Ou o triplo.
Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.
Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse.
Não houve documentário, ong, lobby ou pressão que resolvesse.
Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Vamos passear no Parque?

Domingo, o Palmeiras sem-títulos-importantes-no-século XXI tenta tirar o Maior de Todos da briga pelo inédito hexa-tri campeonato brasileiro. Se perder, o Maior de Todos está condenado a lutar por uma vaga na Libertadores. O mesmo não vale para o Palmeiras que continua na luta independente do resultado.
No entanto, o retrospecto recente dos confrontos São Paulo x Palmeiras no Palestra explicam a confiança da torcida que mais cresce no Brasil.

Se não me falha a memória, foram 5 jogos no Palestra desde 2000 (fiz uma pesquisa desleixada, se estiver esquecendo algum jogo me corrijam nos comentários que eu atualizo aqui).

Em 2000 o jogo foi eliminatório pela Copa do Brasil. Resultado 3x2 para o Maior de Todos com gol de letra do Raí.


Depois, muitos anos sem jogos lá e o retorno em 2005, pela Libertadores. Sobre o jogo basta um nome: Cicinho.


No ano seguinte, mais um confronto pela Libertadores e um empate: 1x1.
Em 2007, o Palmeiras usou seu direito e levou o jogo do 2º turno do brasileiro para o Parque Antártica. Resultado? Mais uma vitória do Tricampeão do mundo. 1x0 - Jorge Wagner.


Nesse ano, enfim o Palmeiras derrotou o São Paulo em seus domínios no século XXI no jogo que levou o Palmeiras a final do paulistinha e ficou marcado pelo episódio do gás no vestiário, e pelo triste apagar das luzes no final do jogo, quando o Tricampeão mundial pressionava, buscando o 11º triunfo em mata-matas em 12 disputados! Sim meus senhores, a freguesia é desse tamanho, para comprovar basta clicar aqui (matéria da uol).

Meu palpite para domingo: empate fora de casa e sonho do título mantido.
Certeza: jogo eletrizante e muuuuuuuuito nervosismo!

Bom fim de semana a todos!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Especulação e mercado

Charge sampleada do Blog do Crédito

Da série: Especulação financeira e estouro da boiada. Entendeu ou quer que eu desenhe?


Vestidos, primaveras e a beleza das flores nas ruas

Tem algumas pessoas que me fazem sentir uma certa inveja por dizerem coisas de um jeito que eu queria dizer, mas não consigo. Xico Sá é um desses sujeitos e o texto que reproduzo abaixo foi sampleado do seu ótimo O carapuceiro.

O texto fala de uma suposta, e por mim aguardada, volta dos vestidos às ruas. Um dos motivos de eu amar a primavera é que a estação, ao trazer de volta o calor, faz as flores desebrocharem e deixa todos (todas, mas especialmente) mais bonitos. E poucas coisas deixam uma mulher mais bonita e sensual do que um vestido. Pelo menos é isso que eu e o Xico Sá achamos...


OPERAÇÃO VVV -VESTIDO, VERÃO & VINGANÇA


Tubinhos, pretinhos básicos, com e sem alça, os brejeiros de chita. E o tomara-que-caia, amigo, você já testemunhou a queda de pelo menos um desses na vida? É lenda da alta e da baixa costura. Por mais que seque, nunca vi uma peça do gênero promover-nos um alumbramento.
Ei, você ai, de cabelos brancos na fronte do artista, você mesmo, rapaz, deve se lembrar muito bem daquele que Sonia Braga vestia quando escalou o telhado, em Gabriela Cravo e Canela, no tempo em que rolava a novela das dez, recorda?


Alvíssaras, meu camarada, os vestidos voltaram à praça. A vingança. Não que tivessem sumido da história, das ruas, das festas, repartições e firmas. Mas andavam em baixa, suplantados pela praticidade burocrática das Evas modernas e suas calças, suas saias austeras e seus tailleurs, essas peças apolíneas que batem a carteira de Vênus, roubam a alma de Eros...
De tão neoliberais, os tailleurs são capazes de sair sozinhos para o trabalho....


Talvez tenha sido necessário, fazer o quê?, a onda recente de desfiles de moda de Nova York, Londres, Milão e Paris, para alertar para uma necessidade mais do que extremada: o retorno do vestido como peça sagrada e quase segunda pele das mulheres.
Tudo fica mais estranho ainda quando as passarelas começam a entender um pouco os homens héteros. Mas não deixa de ser um ótimo sintoma dos tempos.



Talvez a indústria da moda esteja pagando por todos os pecados anteriores. Redime-se lindamente do quanto enfeiou as belas mulheres.
Nada nos cai tão bem ao desejo quanto um vestido.
Todo homem ama passear com uma mulher com a mais linda dessas peças. Mesmo os mais machões, que fingem ignorar a vestimenta da fêmea _reservando-se apenas a dar chiliques quando as vestes são muitas curtas.
Seja um Versace, que custa os olhos da cara, seja um baratinho de chita.



Homem que é homem, seja de Paris, Nova York ou do sertão dos Cariris, como o meu avô João Patriolino, vai à Maison, às Casas Pernambucanas ou à feira do seu município e traz uma bela peça ou um corte de tecido de presente para a amada. Até mesmo o Fabiano, que mal tinha um cobre no bolso, persona do livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, voltava da cidade com um corte de pano estampado para a sua mulherzinha magra, só o couro e o osso.


Mas mesmo que nos falte a devoção do presente, tudo indica que vocês, belas fêmeas, irão desfilar nos próximos verões com feminilíssimos vestidos.
Será lindo!
Até o velho e bom pretinho básico, que está em voga desde 1926, quando Chanel o desenhou pela primeira vez para a Vogue, agora reaparece revigorado. Percebeu como manjo, Bibi Vestidinho?
V de verão e V de vestido para deixar mais faceiras as gazelas, para dar mais graça às cheinhas, para realinhar a beleza nobre das afilhadas de Balzac...



A peça nos põe, homens de todas as gerações e gostos, mais românticos. O mais tosco dos canalhas sucumbe como um romeiro de joelhos diante da santa.
Se for uma peça que deixe à mostra as saboneteiras, meu Deus, que lindo vexame! E uma mulher com o joelho à mostra... nas cidades mais frias que sempre exigem roupas mais compostas?
Noooooosssssaa!, como diria o velho Costinha.
Ora, você nem carece ser a mais bela por completo, isso é utopia e ditadura de & modinhas, você carece ter apenas uma linda parte pelo todo, como aquela figura de linguagem, a tal da metonímia que aprendemos no colégio.



Mulher é parte pelo todo. Uma linda omoplata, um pescoço, ombrinhos, pés, calcanhares mais lindos, batatas de pernas invejáveis, belos braços...
Aí ficará ainda mais linda de vestido, ao contrário das calças e outras tantas armaduras medievais que escondem o que nos enlouquece, o melhor dos nossos mundos.
Esconder, achando que pode ser vantajoso depois, é besteira. O charme é mostrar-se, ter a coragem, mesmo com o que você supõe ser uns quilinhos a mais. Na balança das nossas retinas e trenas, isso pode ter importância de menos, quase nada, alguns gramas de preconceito e baitolice na cabeça de homens que já não valiam a pena mesmo.


quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Homenagem aos professores

Sampleado do TKGEO

Por: Thiago Koutzii

Buenos chicos y chicas, estou pensando no que postar sobre os dias dos professores desde sexta feira, algo que não pareça nem com heroísmo e nem com vitimização.Não achei nada ideal até agora, então, para iniciar os festejos, seguem imagens do que eu acho importante para nós professores, que evidentemente, não se restringem aos que estão na sala de aula.

Mais um elo da corrente.


Escaladores de paredes.


Usam ou deveria usar lentes coloridas para ver/mostrar o mundo.


Pacientes.


Semeadores da discórdia.


Duas férias no ano.


Estimuladores de sonhos.


Guerreiros.


Fazedores de som.


Tendo muito que aprender.


Estabelecer novas e variadas conexões.


Vida loka.


Atormentar quem merece.


Criadores de suspense.


Levando a vida e os motivos pelo qual lutamos por ela, por um fio.




Bom Dia dos Professores e parabéns a todos que fazem de suas profissões/vidas um instrumento de luta para uma vida menos ordinária!

É tudo nosso!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Uma cidade melhor não privilegia os carros

Para tornar o espaço urbano um local que facilite a busca da pessoas pela felicidade é necessário que a cidade se torne um local agradável. Para isso é preciso que ele seja projetado para isso: para ser agradável, e não para ser estressante, produtivo, rápido ou qualquer outra coisa que não seja agradável, e ponto. É sintomático, por exemplo, que tantos moradores de São Paulo não gostem da cidade. Nossa cidade é projetada (?) para facilitar a circulação de pessoas e mercadorias e não para ser agradável. Resultado: é uma cidade desagradável.

No meu entender, a principal razão disso é que São Paulo, como quase todas as grandes cidades do Brasil e do mundo, coloca como prioridade na constante reformulação de seus espaços, os automóveis. Nossos dois maiores rios, por exemplo, que poderiam ser os locais mais agradáveis da cidade, fonte de lazer popular e democrático são esgotos a céu aberto e, principalmente, as principais artérias de transporte rápido e individual da cidade.



Um espaço urbano que privilegia automóveis não é um local que faça bem para as pessoas. Elas vivem cansadas, estressadas, insatisfeitas e fora de forma! É o que mostra o gráfico abaixo, sampleado d'O Escriba.



A mudança desse estado de coisas pode muito bem começar por você, se apropriando do espaço público como sugeri num post passado, deixando o carro de lado e usando mais seu corpo para se locomover. Acredite: o que parece longe e íngreme hoje, vai parecer perto e uma subidinha leve amanhã. E o que é melhor: a calça que parece apertada hoje, via lhe cair muito bem amanhã...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Livros de primeira às segundas

Hoje deixo para vocês um dos livros que mais marcou/marca a minha vida, o imperdível "A Metamorfose", do inigualável Kafka. Acho que o clipe deixa a desejar, mas é que o livro e o autor são tão grandiosos que fica difícil.
A idéia de fazer o clipe em HQ é boa, pois o livro tem imagens muito fortes. Agora para ficar a altura da empreitada só o Frank Miller mesmo...



Mais uma vez, para comprar agora mesmo (edição Cia das Letras) clique aqui.
Se quiser tem também para baixar em PDF aqui.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Sexta de Primavera

Até que enfim começou a primavera em São Paulo! Se o mundo das finanças vive dias de desespero especulativo, profecias apocalipticas e mal humor, eu que mudo meu estado de espírito de acordo com o tempo, estou feliz com o ar da primavera, o sol e as temperaturas subindo...

Assim a dica dessa sexta é alto astral e valiosa como uma orquídea rara: Barbatuques!
Aqui para ver o perfil no myspace.
Aqui o site oficial.
E aqui para baixar o excelente disco Corpo do som.


Como é possível ver no vídeo aí em cima os caras fazem seu som usando praticamente só o corpo, numa técnica muito bem explorada pelo Bobby Mcferrin.

Se não conhecem o grupo deixem de preguiça e baixem o disco que é satisfação garantida ou seus megabytes de volta.

Bom fim de semana a todos!

A cidade é para pessoas ou É tudo nosso!

Continuando nossa série sobre a melhor utilização do espaço urbano, faço um lembrete óbvio, mas absolutamente necessário: a cidade foi feita para as pessoas morarem, viverem e, quando dá, para serem felizes.

Reparem no seguinte: a cidade é para pessoas e não coisas ou carros, e essas pessoas estão lá para tentar ser felizes, e não para correr de um lado para outro sem poder se apropriar da paisagem. Sim, porque se apropriar do território é algo que permite às pessoas criarem laços de pertencimento a comunidade e a localidade que são essenciais para que nos sintamos bem onde estamos e assim possamos tentar ser felizes, o que já não é tarefa das mais fáceis...
E isso cria um ciclo virtuoso, pois quando sentimos que um espaço é nosso (nossa casa, por exemplo) cuidamos mais dele, fazemos ele ficar mais agradável, ficamos mais felizes, e aumentamos nossos laços com esse espaço e cuidamos ainda mais dele...


Assim, para tornar nossa cidade mais agradável é imprescindível que nos apropriemos dos espaços urbanos, que não usemos as vias da cidade apenas como caminhos para nos levar do ponto A para o ponto B, mas que sintamos que o caminho é também uma extensão da nossa casa.


Para isso vale tudo: ficar na rua conversando sentado num muro ou num banco; andar de cabeça erguida e tranquilo pelas calçadas; comprar pãozinho sempre na mesma padoca; adotar uma árvore; se negar a jogar lixo na rua... e pintar as paredes do seu jeito só para ficar mais bacana!



É esse tipo de arte e intervenção urbana que o BluBlu faz.



Essas ações que tem um que de desobediência civil podem ter muitas mensagens diferentes, mas todas elas nos lembram uma outra coisa óbvia, mas igualmente necessária de se reafirmar:

É tudo nosso!!

obs: para quem gostou das imagens, muito mais aqui.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Quer participar de um filme que vai passar no cinema?

Sampleado do blog do Tas

É real moçada, não é brincadeira nem trote!

Tá no blog do Tas (o Marcelo Tas do CQC), para comprovar clique aqui.

A parada é a seguinte: Henrique Goldman, cineasta brasileiro radicado em Londres, está filmando a versão cinematográfica da vida de Jean Charles, o eletricista mineiro assassinado pela polícia no metrô inglês. Jean é interpredo pelo Selton Mello (foto).


A equipe está no interior de São Paulo, na cidade de Paulínia, pertinho da capital. No próximo sábado, tem cenas de multidão e o diretor manda o seguinte recado/convite:

"Queridos amigos, estou no Brasil, filmando o longametragem sobre o Jean Charles de Menezes, uma história comovente na qual tenho trabalhado ao longo de dois anos. precisamos de milhares de figurantes para a cena do velório do Jean Charles. A presença de vocês na nossa filmagem em Paulinia neste sabado dia 11 é fundamental e eu ficaria eternamente grato. Por favor divulguem - convidem amigos, familiares, curiosos e simpatizantes.

informaçoes abaixo.

beijos, Henrique.

Segue o mapa para quem vem de São Paulo no sábado, dia 11, para a Igreja São Pedro, no bairro Betel. Filmagem dia 11 de outubro – Igreja São Pedro – Betel

Sábado, dia 11, a partir das 14 horas na Igreja São Pedro, em Paulínia.

Para as pessoas que estão em São Paulo, o trajeto é: pegar Rodovia dos Bandeirantes (através da Marginal Tietê ou Pinheiros); entrar na Rodovia Anhanguera (placa Paulínia/Americana à direita da pista). Na Rodovia Anhanguera, entrar à direita na Rodovia Dom Pedro I, seguir sentido Paulínia (fazer a rotatória para Paulínia/Barão Geraldo), seguir em frente e entrar à direita no bairro Betel. A Igreja estará à direita na mesma rua.

Aqui, com o mapinha que mostra como chegar a Paulínia."


Eu não iria nem se pagassem os custos da viagem, mas para quem tem vontade de viver essa experiência, é uma ótima oportunidade.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Mais sobre "Ensaio sobre a cegueira"


O Uirá, companheiro de trincheira na batalha por uma vida menos ordinária, me arrumou essa crítica do filme "Ensaio sobre a cegueira", feita pelo ótimo Contardo Calligaris.

O que mais me chamou atenção no texto é o questionamento que ele faz: "Você, se, por uma misteriosa epidemia, o mundo ficar cego, se o reino da lei acabar e começar a idade da luta pela sobrevivência, de que lado estará? Do lado dos que inventarão novas formas de abusos ou dos que descobrirão novas formas de respeito e de vida comum? Uma vez perdida a visão, o que você enxergará no seu vizinho: mais uma mulher para estuprar e um otário para explorar ou um irmão, perdido que nem você?" Eu ainda acrescentaria outro na lista dos questionamentos importantes que o filme/livro sucita: se por um determinado momento ninguém pudesse ver o que você faz, como você reagiria? Com escolhas que consideram o bem estar alheio ou com desprezo aos outros frente a impossibilidade de punição ou julgamento externo?

O mais importante de tudo isso não é nem o grau de honestidade que você tem/pode ter ao responder essas questões. Mas sim, como você reage ao mundo que enxerga...

Por exemplo, quando escolhe sua profissão leva em consideração alguma forma de luta por uma vida menos ordinária, ou só se preocupa mesmo com o quanto de dinheiro e sucesso pode arrecadar?

Vale lembrar que o desprezo pelo outro que você eventualmente sente é o mesmo que os integrantes da ala 3 sentem, ou o ladrão que quer seu carro/tênis/dinheiro... É por isso que vale repetir a pergunta:

De que lado você samba?

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Livros de primeira às segundas

Aproveitando a excelente dica dos livroclips que a Natália deu, inicio uma série de duração indefinida com livroclips de grandes obras da literatura.
Dos vídeos que eu vi nenhum supera o que a Nati indicou "Amar, verbo intransitivo" do Mário de Andrade. Mas, a dica de hoje é tão absurdamente clássica que não tem erro: Crime e Castigo, do Dostoiévski. Veja o clip e saia correndo para ler o livro. Se fizer isso pela primeira ou quinta vez, no entanto, não compre a versão pocket. Gaste um pouco mais e compre uma edição mais bonita, gostosa de ler e que impressiona mais meninas(os) interessantes...
Clique aqui para comprar a bela ediçao da editora 34 na livraria Cultura.

Segunda que vem tem mais um livro de primeira...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Para curtir um bode em plena sexta...


Essa semana está meio cinza, apesar da chegada da primavera. Não gosto de fugir de momentos tristes. Acredito que um pouco de sofrimento é necessário para nos apurarmos mais. A alegria não faz a gente pensar em nós mesmos, nas nossas escolhas etc.

Por isso quando essas fases vêm, eu as encaro e vivo-as intensamente. Acho que por isso fui ver Ensaio sobre a cegueira. Sabia que sairia do cinema mais triste...

Enfim, é nesse clima de crescimento interno (doloroso como todo crescimento) que deixo recomendado o ótimo Gotan Project. É mais uma das preciosas dicas musicais de meu irmão nômade Bus, que depois de passar 30 meses no Recife e breves 4 aqui em SP embarca para mais 24 meses na fria e distante Alemanha. O pior é que se arrumar grana vou pra lá passar frio (que eu odeio!).

É isso moçada. Baixem o disco e guardem para ouvir em momentos de valorosa, sadia e necessária introspecção.

Está escrito nas estrelas...


A disputa pelo vice-campeonato desse ano está acirrada né? Pois que o caneco vai seguir para o Morumbi, numa espécie de ritual impensado (tipo aquele caminho que você faz para ir para o trabalho/escola todo dia e nem se liga...) isso todo mundo já sabe.

Brincadeiras a parte, embora a lógica aponte para o Palmeiras, nessa simulação do globoesporte que eu fiz com um certo grau de otimismo nos jogos do São Paulo (dei empate no clássico no palestra, no jogo em casa contra o Inter em casa e tb em casa contra o Goiás), eis que o Maior de Todos sagrou-se campeão! Bom, então bota a cerva pra gelar que se ganharmos essa ninguém me segura (hehehe)!

E na sua simulação dá o que?

Em tempo, na minha simulação ficam com as vagas da Libertadores: Palmeiras, Grêmio e Cruzeiro. Os rebaixados seriam: Atlético-PR, Vasco (torço para que não...), Lusa e Ipatinga.

Em dezembro vemos quantos eu conseguirei acertar. Deixe seus resultados nos comentários para compararmos....

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Internet também é cultura

Sampleado na íntegra do Aspas para mim

Por: Nati Pesciota

"Boas histórias do passado não precisam e não devem ficar no passado.
Olhe, no "trailler" abaixo, que incrível esse livro do Mário de Andrade, de 1923. O enredo, da moça contratada por um pai para ensinar as artes do amor a seu filho, é no mínimo curioso. O nome, genial: "Amar, verbo intransitivo". Afinal, amar precisa de objeto?
Mas talvez o melhor mesmo seja a história do próprio livro. Um verdadeiro beliscão na classe média e seus supostos bons costumes, tão hipocritamente valorizados.




Atenção especial para a animação. A idéia dos produtores é tirar da Internet o rótulo de inimiga da leitura e mostrar como ela pode ser um caminho ao hábito. Depois do “clipe” do livro, o botão do site "quero ler a obra" (clique aqui para ver o vídeo no site) leva para onde ela pode ser baixada de graça.A página, chamada Livro Clipe, pretende ser uma “livropédia brasileira”. Tem vários e vários clipes como este, de autores antigos e atuais. Quando não há o texto completo para baixar, o link vai para a localização do livro nas bibliotecas públicas de São Paulo.Vale a pena dar uma olhada na mais nova série, feita em parceria com a Secretaria da Cultura, chamada “Animadas Letras Paulistas”. Além desta animação de Mário de Andrade com a trilha da banda Cachorro Grande, tem Oswald de Andrade acompanhado por música da Nação Zumbi e Alvares de Azevedo com a Pitty. Elas são pensadas para atrair o interesse dos jovens. Outros escritores ainda farão parte da série.
Falando em misturar cultura velha com nova tecnologia, aí vai outro endereço do tipo na Internet (um pouco mais fútil, é verdade): o
Yearbook Yourself. Em pouquíssimos minutos, pode-se ver como qualquer pessoa seria em tempos remotos."


quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Sobre homens, baratas e filmes imperdíveis...

Fui ver Ensaio sobre a Cegueira. Para quem já leu o livro o filme perde um pouco o impacto, mas não deixa de ser maravilhosamente perturbador. Assistam, ou se prefirirem, leiam o livro.

Vi numa entrevista que algum amigo do Fernando Meirelles ao ver o filme comentou a imensa semelhança que temos com as baratas. Como elas, somos capazes de nos adaptar a novas realidades quase que alheios a toda escalada de barbárie que vivemos. Ao ver a entrevista, lembrei do Kakfa (aproveitem queridos essa é preciosa: "A Metamorfose" do Kafka, na íntegra aqui.) e de seu Gregor Samsa que ao negar a virtude suprema de nossa sociedade capitalista-produtiva e recusar-se a trabalhar vira uma barata!

Lembrei também daquele vídeo do youtube, que eu reposto abaixo, em que o Meirelles mostra o filme para o Saramago pela primeira vez (aqui para a história contada pelo Meirelles desse episódio) e que eu me emociono toda vez que eu vejo... e morro de inveja dos dois...



Depois do filme, pensei que a luta por uma vida menos ordinária é árdua, ingrata às vezes, mas que por mais que as situações mudem, uma coisa não muda: as pessoas do bem não tem outra coisa a fazer a não ser resistir e lutar.
Morro de medo de "ficar cego" e ver a emboscada em que estamos metidos. Mas sei, sem falsa modéstia, que independente do mundo que vejo (procuro sempre ver coisas melhores para me dar ânimo), sambo do lado de gente como o Meirelles e o Saramago na luta por uma vida menos ordinária... E você, samba do lado de quem? Em que ala ficaria? Que sacrifícios está disposto(a) a fazer por um mundo melhor?